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Holandeses rejeitam constituição e União Européia agoniza

Presidente da Comissão Européia pede calma às lideranças de cada país-membro para evitar o colapso do bloco econômico

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Depois de ser rejeitada por 55% dos franceses no último domingo (29/5), a Constituição da União Européia sofreu outro duro golpe nesta quarta-feira (1º/6), quando 62% dos holandeses também se opuseram à adoção da lei, em referendo realizado no país. Na prática, os resultados destas votações ameaçam seriamente o futuro do bloco econômico e as reformas liberais em gestação pelos governos da região.

Para José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia o órgão executivo do bloco os governantes precisam agir com cautela neste momento. "Peço às lideranças políticas que não tomem nenhuma decisão individual ou unilateral. É preciso agir com responsabilidade e cautela", disse ao jornal britânico Financial Times. Ao mesmo tempo, o comitê de assuntos constitucionais do parlamento europeu realizou uma sessão especial para debater o que pode ser feito agora.

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Entre os objetivos da constituição, estava o de adaptar o mercado de trabalho da União Européia de acordo com as necessidades da globalização. Mas, após a enfática rejeição da França e da Holanda, o documento corre o risco de terminar como uma curiosidade nas prateleiras das bibliotecas, segundo o Financial Times.

Enquanto isso, as associações empresariais continuam manifestando seu temor sobre as incertezas econômicas causadas pelos resultados negativos dos referendos. A associação das indústrias alemãs, por exemplo, afirmou que a rejeição terá conseqüências "devastadoras". "É um resultado fatal para a indústria alemã e, em particular, para o setor de bens de capital, que exporta mais de 70% de sua produção", afirmou ao jornal britânico Dieter Brucklacher, representante da associação.

Os líderes europeus devem se reunir entre os dias 16 e 17 de junho para tentar conter a deterioração do bloco. O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, presidente da União Européia, defende que os plebiscitos devem continuar, mas outros líderes afirmam que a constituição só será salva se os governos da França e da Holanda realizarem outro referendo e conseguirem a façanha de reverter o resultado.

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