Vancouver, no Canadá (bpperry/Thinkstock)
AFP
Publicado em 6 de agosto de 2017 às 16h41.
Aumentou nas últimas semanas o fluxo de imigrantes na fronteira sul do Canadá, em sua maioria haitianos que temem ser expulsos dos Estados Unidos, e os pedidos de asilo triplicaram desde meados de julho, afirmam funcionários canadenses.
Em Lacolle, na fronteira com Quebec, a polícia federal montou uma tenda para checar as identidades dos migrantes, que chegam à pé, carregando malas e caixas.
Mais de uma centena de pessoas foram registradas na manhã deste domingo, enquanto outras 50 esperavam pacientemente o trâmite das autoridades migratórias.
Eles são, em sua maioria, haitianos, mas também há migrantes do Iêmen e da Somália.
Uma vez registrados, são levados a um centro de trânsito, e de lá para Montreal, onde são abrigados enquanto as autoridades avaliam seus pedidos de asilo.
O estadio olímpico de Montreal virou um centro de refúgio para mais de mil pessoas.
Entre 450 e 700 pessoas cruzam a fronteira a cada semana, de acordo com Jean-Pierre Fortin, titular do Sindicato dos Trabalhadores de Aduanas e Migrações.
A ministra de Imigração do Quebec, Kathleen Weil, disse nesta semana que, na primeira metade de julho, chegavam em média 50 pedidos de asilo por dia, mas "o ritmo já superou os 150 pedidos" diários.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeu na sexta-feira que o país vai redobrar seus esforços para dar conta do aumento do fluxo migratório, e também pediu para os migrantes usarem os canais apropriados para pedir asilo, ao invés de entrar no país de forma ilegal.
O fluxo de haitianos cresce por causa do medo de perder o Status de Proteção Temporária (TPS) que os Estados Unidos concederam a cerca de 60 mil cidadãos deste país após o terremoto de 2010, e que o governo de Donald Trump prorrogou por mais seis meses, expirando no fim do ano.