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Duterte declara guerra à presidente do Supremo Tribunal das Filipinas

A presidente do Supremo, María Lourdes Sereno, é conhecida por sua oposição à política de drogas do presidente filipino

Duterte: Aviso que agora sou seu inimigo e que você deve deixar o Supremo Tribunal, disse o presidente (REUTERS/Lean Daval Jr/Reuters)

Duterte: Aviso que agora sou seu inimigo e que você deve deixar o Supremo Tribunal, disse o presidente (REUTERS/Lean Daval Jr/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de abril de 2018 às 09h28.

Manila - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse nesta segunda-feira que se considera um "inimigo" da titular do Supremo Tribunal, María Lourdes Sereno, e pediu ao parlamento do país que agilize o processo de destituição dela, o que alguns consideram uma nova vingança política do polêmico líder.

"Aviso que agora sou seu inimigo e que você deve deixar o Supremo Tribunal", disse Duterte em referência a Sereno durante um encontro televisionado com a imprensa antes de o presidente partir para a China para participar do Fórum de Boao para a Ásia.

A presidente do Supremo, conhecida por sua oposição à "guerra antidrogas" e a outras políticas de Duterte, acusou o chefe de Estado na semana passada de ter orquestrado o processo de destituição contra ela que foi aberto na Câmara dos Representantes.

Deputados ligados ao governo iniciaram o processo de "impeachment" após acusarem a magistrada de 57 anos de não ter apresentado suas declarações de renda durante vários anos antes de sua nomeação à frente do Supremo, que é composto por 15 membros.

Após negar hoje o seu envolvimento no processo, Duterte manifestou que, como novo "inimigo" de Sereno, tratará de "acelerar" o procedimento de destituição na Câmara, sem oferecer mais detalhes.

Caso os congressistas apoiem a destituição de Sereno, a decisão deverá ser ratificada em uma segunda votação pelo Senado de 23 membros.

Os defensores de Sereno, que está temporariamente afastada do cargo para preparar sua defesa, consideram que o episódio é mais um caso de vingança política de Duterte, como a prisão há mais de um ano da senadora Leila de Lima, uma conhecida opositora do presidente que foi acusada de corrupção.

 

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