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Doha volta à cena na base do 'pegar ou largar'

Líderes mundiais dizem que a Rodada Doha tem de acabar este ano

Angela Merkel quer retomada das negociações comerciais (Yoshiko Kusano/World Economic Forum)

Angela Merkel quer retomada das negociações comerciais (Yoshiko Kusano/World Economic Forum)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2011 às 13h33.

Davos - A Rodada Doha tem de acabar este ano, disseram ontem três chefes de governo - a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono. Não dá para adiar de novo, concordaram. É necessário e possível concluir o trabalho, acrescentou o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. Segundo ele, os negociadores já completaram, em média, 80% das tarefas e é preciso retomar as discussões.

Falta embarcar o governo americano nesse empreendimento. Não há menção à Rodada Doha na Mensagem sobre o Estado da União do presidente Barack Obama ao Congresso nesta semana, lembrou o professor Jagdish Bagwati, da Universidade Colúmbia, respeitado especialista em comércio e conhecido defensor da liberalização dos mercados.

Além do mais - poderia ter acrescentado -, o governo democrata mais de uma vez manifestou a pretensão de reabrir as questões já acordadas. Isso mudaria os objetivos definidos em 2001 em Doha, no lançamento das negociações. Para os grandes exportadores agrícolas, como Brasil e Argentina, o recuo seria desastroso. No caso da agricultura, mais de 80% dos pontos importantes já foram acertados, segundo Lamy. Em outros - como o setor de serviços - o avanço foi menor.

Brasil, China, Índia e África do Sul apoiam a retomada das negociações a partir dos pontos já acertados, segundo nota distribuída pelo ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, e pelos ministros chinês, Chen Deming, indiano Anand Sharma, e sul-africano, Rob Davies. Eles criticam, porém, as exigências feitas pelos negociadores do mundo rico - exageradas, segundo argumentam - e reclamam mais benefícios para os países em desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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