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Depois dos serviços, Índia começa a atrair outsourcing industrial

Tendência de países desenvolvidos é deslocar produção de bens com razoável carga de tecnologia para regiões com boa infra-estrutura educacional

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Após se tornar o principal destino das empresas de serviço que deslocaram suas operações dos países desenvolvidos para os emergentes, a Índia deve começar também a atrair cada vez mais investimentos do setor industrial. Embora sua infra-estrutura física, como portos, estradas e telecomunicações, seja bastante deficiente, o país beneficia-se de seu bom sistema educacional, capaz de formar 400 000 engenheiros por ano - o segundo maior volume mundial, atrás apenas da China, que forma 490 000.

De acordo com uma pesquisa do Instituto McKinsey, a Índia deverá atrair uma boa parte dos empregos que as grandes indústrias transferirão dos países desenvolvidos para os emergentes. Isto porque a tendência é que a produção deslocada para essas regiões conte cada vez mais com tecnologia embutida, o que demandará profissionais mais qualificados. Estima-se que, atualmente, metade da produção transferida pelas multinacionais dos Estados Unidos para países emergentes contenha alto teor tecnológico, como produtos metalúrgicos, produção de máquinas e equipamentos, medicamentos e aparelhos de telecomunicações. Segundo o McKinsey, a porcentagem deve subir para 70% até 2015.

Na Índia, quase 40% da produção industrial já é composta por bens de alto teor tecnológico. Por isso, os analistas do instituto acreditam que o país esteja melhor colocado do que concorrentes diretos, como o Brasil, para atrair novos investimentos nesses setores. Algumas empresas já apostam firmemente no mercado indiano, como a Cummins, DailmerChrysler e Toyota. Outras estudam novos projetos, como a LG, que planeja fabricar celulares na Índia para atender à crescente demanda mundial por telefonia móvel.

O setor automotivo é outro que deve beneficiar muito os indianos. Premidas pelos elevados custos em suas plantas da América do Norte e Europa, as montadoras devem acelerar a transferência da produção para países emergentes. O McKinsey estima que, entre 2007 e 2015, o valor dos investimentos nessas regiões, fruto da substituição de fábricas dos países desenvolvidos por plantas em nações mais pobres, vai atingir 375 bilhões de dólares. O instituto avalia que a Índia pode capturar cerca de 25 bilhões desse montante. Ao lado do México, China e Tailândia, o país se tornará uma das bases de produção automotiva do mundo.

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