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Brasil quer fim de subsídio agrícola para combater pirataria, diz jornal

Segundo o jornal americano Los Angeles Times, medida pressionaria o governo Bush para derrubar os subsídios aos produtores americanos de algodão

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O Brasil pretende institucionalizar a pirataria para forçar os Estados Unidos a retirar os subsidios ao algodão já condenados pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A afirmação é de reportagem do jornal americano Los Angeles Times. Com o título "Batalha comercial com Brasil ameaça copyrights americanos", o texto assinado por Jerry Hirsch afirma que congressistas brasileiros (entre eles Fernando Gabeira), analisam a possibilidade de suspender direitos de propriedade intelectual de produtos americanos se o governo Bush não abandonar os subsídios até o dia 1º de julho.

O prazo foi fixado pela OMC, na decisão final que responsabilizou os subsídios por distorção dos preços internacionais da commodity. O plano brasileiro, diz o Los Angeles Times, caso seja implementado, prejudicaria uma série de indústrias americanas, especialmente a farmacêutica, a de software e a do entretenimento (cinema e música). Para Neil Turkewitz, vice-presidente executivo da Recording Industry Association of America, a posição brasileira equivale à consagração da pirataria sancionada pelo próprio Estado.

Mas, segundo Richard Mills, porta-voz do USTR, órgão de coordenação dos interesses comerciais americanos, os Estados Unidos pretendem submeter-se à decisão da OMC. "Não haverá qualquer necessidade de retaliação [por parte do governo brasileiro]." Segundo o Los Angeles Times, os agricultores americanos receberam em 2004 cerca de 1,6 bilhão de dólares a título de subsídios.

Qualquer movimentação brasileira contra copyrights ou patentes dos Estados Unidos deverá desencadear retaliações americanas contra exportações brasileiras, diz Dan Glickman, ex-secretário de agricultura da administração Clinton e atual presidente da Motion Picture Association. "Eles vendem muitos aviões para os Estados Unidos", diz Glickman, referindo-se às vendas da Embraer. "Eles [os brasileiros] precisam de nosso mercado muito mais do que nós precisamos do mercado deles", afirma Alan Tonelson, especialista em comércio do U.S. Business & Industry Council em Washington.

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