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AL e Caribe: compromisso de erradicar fome e ajudar Haiti

Metas foram reforçadas na 32ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação

"Não estamos atrasados em nossa meta de erradicação da fome na região. Ao contrário, estamos em um bom caminho", destacou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva (Hector Retamal/AFP)

"Não estamos atrasados em nossa meta de erradicação da fome na região. Ao contrário, estamos em um bom caminho", destacou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva (Hector Retamal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2012 às 16h52.

Buenos Aires - A América Latina e o Caribe estão "bem encaminhados" para conseguir a meta de erradicar a fome na região antes de 2025, concluiu a 32ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que fixou entre suas prioridades fortalecer o apoio ao Haiti.

"Não estamos atrasados em nossa meta de erradicação da fome na região. Ao contrário, estamos em um bom caminho", destacou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.

"A América Latina e o Caribe já se apropriaram da iniciativa para erradicar este flagelo. Antes era apenas um projeto financiado pela Espanha", ressaltou o brasileiro.

Em 2005, quando a Guatemala e o Brasil impulsionaram a iniciativa, apenas um país (Argentina) tinha uma lei de segurança alimentar e atualmente são oito os que contam com legislação nesse campo, acrescentou.

Ao lado do ministro de Agricultura argentino, Lorenzo Basso, o diretor do organismo concedeu uma entrevista coletiva para apresentar as conclusões da 32ª Conferência Regional da FAO, realizada a portas fechadas desde a última segunda-feira em Buenos Aires.

Graziano indicou que entre as prioridades para os próximos dois anos estará fortalecer o apoio ao governo haitiano para o desenvolvimento de projetos produtivos.

"O Haiti não é apenas um tema emergencial, mas de reconstrução de um país. É um caso exemplar da relação que há entre a segurança alimentar e a paz", afirmou.

Nesse ponto, o diretor-geral da FAO disse que o governo do Haiti declarou na conferência que o país caribenho não tem apenas um problema de recursos, mas de "coordenação" dos projetos.


"As iniciativas isoladas não servem. Devemos apoiar o governo haitiano em seus programas de segurança alimentar", enfatizou Graziano.

Entre os resultados da reunião, o brasileiro destacou que os 32 países participantes reafirmaram seu compromisso com a erradicação da fome antes de 2025 e definiram como prioridades de trabalho a segurança alimentar, a adaptação à mudança climática, o fortalecimento da agricultura familiar e a saúde e inocuidade agroalimentar.

Graziano disse ainda que houve avanços em outros cinco temas prioritários, como a cooperação sul-sul, a relação com organismos regionais, a descentralização e reforma da FAO, o compromisso para aumentar a produção de alimentos e o apoio à pesca, à agricultura e ao setor florestal.

O responsável da FAO destacou a "alta participação" registrada na reunião na capital argentina, à qual só faltou o Suriname, assim como a contribuição da sociedade civil nas deliberações de forma ativa pela primeira vez.

A pedido dos representantes da sociedade civil, apontou, a Conferência Regional acertou iniciar um processo de debate sobre a soberania alimentar, conceito que "já está incorporado em leis de diferentes países da região como o Equador, Nicarágua e Venezuela".

Basso, por sua vez, comentou que nos debates foi abordado o aumento e a volatilidade dos preços dos alimentos e foi iniciada uma discussão sobre a "estrangeirização" de terras, assunto sobre o qual foi acertada a formação de um grupo que se encarregará de reunir as experiências sobre normas desse campo.

Nas deliberações, o Brasil se comprometeu fazer um investimento de US$ 20 milhões adicionais em sua cooperação com a FAO e foi assinado um acordo de cooperação em segurança alimentar com a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

A próxima Conferência Regional da FAO ocorrerá no Chile em 2014.

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