Protesto: o metrô de Caracas fechou 20 de suas estações "para proteger usuários, funcionários e instalações" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de abril de 2017 às 14h01.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 14h01.
Caracas - Alguns acessos a Caracas amanheceram nesta quarta-feira bloqueados e o metrô da capital venezuelana fechou 20 de suas estações no centro da cidade perante a convocação de grandes manifestações por parte da oposição e do governo, que se acusam mutuamente de realizar um golpe de Estado.
A autoestrada Gran Mariscal de Ayacucho (GMA), que liga as cidades de Guarenas e Guatire - satélites da capital - tinha as duas pistas bloqueadas por agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, Polícia militarizada), o que gerou um grande congestionamento.
Ao final da GMA, a pista que dá acesso à avenida Boyacá, que conecta o leste e o oeste da capital, também estava interditada por membros das forças de segurança venezuelanos.
A avenida Boyacá dá acesso ao leste ao oeste de Caracas, onde membros da oposição se concentrarão hoje em diferentes pontos.
No distrito de Libertador - que cobre o centro e o oeste da capital e é sede das instituições do Estado - pelo menos cinco acessos a essa área da cidade estão bloqueados por agentes da GNB.
O chavismo convocou seus simpatizantes em várias áreas de Libertador, onde a oposição também marcou vários pontos de protesto.
Em ocasiões anteriores, as manifestações opositoras foram dispersadas pelas forças de segurança todas as vezes em que tentaram chegar à sede da Defensoria Pública nesse distrito.
Usuários das redes sociais denunciaram hoje que a Estrada Pan-americana, que une as cidades de Los Teques e San Antonio a Caracas, também foi bloqueada.
O metrô de Caracas fechou 20 de suas estações "para proteger usuários, funcionários e instalações", indicou a empresa em sua conta no Twitter.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ontem à noite que decidiu ativar o chamado "Plano Zamora", que foi apresentado pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para manter a ordem interna perante as supostas ameaças de um golpe de Estado.
"Frente a este palco, decidi ativar o plano estratégico especial cívico militar para garantir o funcionamento de nosso país, sua segurança, a ordem interna, e a integração social, Plano Zamora, que foi apresentado a mim pelo comando estratégico operacional da FANB", disse Maduro.