Destruição na Síria: aumenta risco de doenças transmitidas pela água com o verão (REUTERS/Hosam Katan)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2014 às 18h34.
Genebra - Cerca de 6,6 milhões de crianças vítimas do conflito sírio precisam de ajuda, anunciou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que lamentou uma possível redução de seu apoio humanitário por falta de recursos.
"É um número assustador que cresce muito, muito rápido", alertou em uma coletiva de imprensa em Genebra Simon Ingram, um porta-voz da organização.
"Esses números de julho de 2014 representam um aumento de dois milhões em relação a junho de 2013", declarou.
Segundo o Unicef, 5,1 milhões dessas crianças vivem na Síria, enquanto o restante, 1,49 milhão, está refugiado em outros países.
A organização lamentou ter recebido somente 37% dos US$ 770 milhões solicitados para ajudar essas vítimas.
O programa das Nações Unidas mostrou sua preocupação com a falta de recursos para os projetos de água e saneamento, especialmente no início do verão, com as altas temperaturas na região.
Aumentou o risco de doenças transmitidas pela água, como a poliomielite - disse Ingram. No total, as Nações Unidas registraram 36 casos dessa enfermidade na Síria e dois no Iraque.
Iniciada há mais de três anos, a guerra na Síria forçou nove milhões de sírios a abandonarem seus lares, e três milhões se encontram refugiados no exterior.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de refugiados aumenta em 100.000 pessoas por mês e pode chegar a 3,6 milhões até o final de 2014.
O responsável pela Acnur, Antonio Guterres, pediu aos doadores, nesta sexta-feira, que contribuam com US$ 3,74 bilhões para o atendimento aos refugiados sírios no Líbano, na Jordânia, na Turquia, no Iraque e no Egito.