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Unibanco vende participação para Itaú e Citi no grupo Credicard

Com o negócio, o Itaú assume a liderança no mercado de cartões de crédito, detendo 20,1% do setor, além de se tonar o único acionista da Orbitall. Já o Citigroup salta para quinta posição no setor

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os três bancos sócios do grupo Credicard (Itaú, Citigroup e Unibanco) anunciaram nesta segunda-feira (8/11) um acordo de reestruturação. As mudanças afetam a divisão acionária da Credicard, a maior emissora independente de cartões de crédito do país, avaliada em 4,3 bilhões de reais (cerca de 1,4 bilhão de dólares), e da Orbitall, empresa do grupo responsável pelo processamento de cartões, orçada em 432 milhões de reais (140 milhões de dólares). Nada muda na Redecard, que também integra o sistema Credicard e é responsável pelas transações financeiras com 900 000 lojistas e portadores de cartões de crédito e débito das bandeiras Mastercard, Diners, Redeshop e Maestro.

A reestruturação foi anunciada pelos presidentes das três instituições, Roberto Setubal, do Itaú, Gustavo Marín, do Citi, e Pedro Moreira Salles, do Unibanco. Itaú e Citi compraram a parte do Unibanco e elevaram de 33% para 50% a participação na empresa, dividindo o controle da operação. Cada sócio pagou 768 milhões de reais ao Unibanco. Com o negócio, o Itaú passa a deter 20,1% do mercado de cartões de crédito e assume a liderança no setor, sendo responsável por 10 milhões de cartões. A Credicard possui 7 milhões, e o Unibanco, 7,5 milhões. Já o Citigroup se transforma no quinto maior emissor do país. "O Brasil é um mercado estratégico para nós", diz Marín.

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Na operação, o Itaú assumiu 100% da Orbitall, pagando para cada um dos parceiros 140 milhões de reais. Ao final, o Unibanco deixou a parceria iniciada há três décadas levando 1,7 bilhão de reais ou cerca de 550 milhões de dólares.

A marca

Citi e Itaú dão início a uma nova rodada de discussões, desta vez para acertar a reestruturação da Credicard. Durante as negociações para a partilha do grupo, os negociadores chegaram a discutir o fim da marca, como adiantou a reportagem de EXAME. Citi e Itaú garantem que nada muda na empresa por enquanto. "Agora vamos sentar e ajustar a Credicard aos objetivos de dois sócios", diz Marín, do Citi. Setubal adiantou que a Credicard, transformada em banco no dia primeiro de novembro, servirá nessa nova etapa como canal de distribuição para produtos e serviços financeiros das duas instituições.

Segundo Moreira Salles, o Unibanco deixa a Credicard para reforçar os próprios investimentos no mercado de cartões. O Unibanco é auto-suficiente no processamento de cartões desde 1995, quando adquiriu junto com o Banco Nacional uma processadora. Neste ano, comprou a HiperCard, a maior administradora da região Nordeste, com 2,6 milhões de cartões. "Apesar da Credicard ser um excelente ativo, saímos da parceria porque a empresa deixou de ser estratégica para nós."

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