Queda na Selic aumenta busca por crédito: saiba como aproveitar
Taxa é um dos principais indicadores do mercado financeiro e dá sinais de melhoria em tarifas de empréstimo. Veja como isso pode ajudar você
Vanessa Daraya
Publicado em 8 de novembro de 2019 às 15h07.
Última atualização em 11 de novembro de 2019 às 16h55.
Em outubro deste ano, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) alcançou seu menor patamar histórico. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a reduziu de 5,5% para 5% ao ano. De 2016 até hoje, a Selic saiu de 14% para 5%. Nesse mesmo período, o juro ao consumidor caiu quase um terço, passando de 74,48% para 52,06% ao ano. Todo esse recuo tem aumentado a busca do consumidor por crédito. Segundo levantamento da Serasa Experian, desde janeiro, o acréscimo no número de pessoas em busca dele foi de 10,3%.
Mas por que a Selic influencia tanto esse mercado? Ela funciona como um teto para os juros pagos entre os bancos, que emprestam dinheiro entre si ou com o governo quando o saldo em caixa fica negativo no fim do dia. Essa taxa também é usada para definir quanto essas instituições cobram em empréstimos para os clientes. Por isso, ela é a principal ferramenta de controle da inflação. Se o governo quer movimentar a economia, ele reduz a taxa. Com juros menores, fica mais fácil conseguir crédito ou fazer um financiamento, o que incentiva o consumo. Se a Selic sobe, os juros ficam altos, os produtos encarecem, o consumo é desestimulado e a inflação cai.
De maneira geral, a taxa influencia o quanto você paga em empréstimos e quanto o dinheiro que você guardou vai render na poupança ou em outros investimentos. Portanto, com a baixa recente na Selic, o momento é mais do que propício para conseguir crédito com taxas saudáveis para o bolso. “A queda na Selic faz com que instituições financeiras diminuam suas taxas de juros, tornando o empréstimo mais acessível para a população”, afirma Sergio Dias, economista e consultor do Sebrae.
Não à toa, dados do Banco Central apontam que a concessão de crédito focada em renegociação de dívidas cresceu 32,9% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação ao mesmo período de 2018, e liderou o ranking dos financiamentos aprovados para pessoas físicas. Na vice-liderança, está o crédito consignado, com avanço de 32,5%. “Esse é o momento, inclusive, para renegociar dívidas caras, que tenham juros elevados, tais como rotativo de cartão de crédito e cheque especial”, explica Dias.
Veja o caso da gestora de projetos Cristina Gomes de Oliveira. Após deixar a casa da mãe para morar sozinha, ela se endividou para dar conta de mobiliar o apartamento e entrou no rotativo do cartão de crédito. “Não cheguei a me planejar, quis fazer tudo no curto prazo”, explica. Ao perceber os juros altos e a falta de estabilidade financeira e de uma reserva para lidar com possíveis imprevistos, ela decidiu tomar um empréstimo para trocar as dívidas caras por uma única com condições mais saudáveis e começou a buscar na internet uma opção que oferecesse juros baixos para se reorganizar sem prejudicar a renda mensal.
Foi quando Cristina encontrou a Creditas , principal plataforma de empréstimo com garantia do país. Isso porque, ao colocar um bem como garantia, é possível conseguir condições mais vantajosas, como quantias mais altas de dinheiro que podem ser pagas em longos prazos. Assim, ao refinanciar uma dívida, é possível substituir juros que chegam a quase 13% ao mês por taxas a partir de 1,59%. Foi o que Cristina fez: deixou o carro como garantia à fintech, tomou 15 000 reais de crédito e trocou suas dívidas anteriores por outra, mas com condições que se encaixam no seu orçamento mensal.
“Fiquei com uma única dívida e agora não preciso me preocupar em esquecer de pagar alguma dentre todas as que eu tinha”, diz. Já com as contas organizadas, ela estuda com ajuda de vídeos, livros e podcasts como se planejar financeiramente para não entrar novamente em financiamentos com juros altos. “A educação financeira é fundamental para não se endividar e deixar de cumprir com os acordos”, explica.
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Como aproveitar o crédito baixo
Assim como Cristina, muita gente está à procura de crédito com a baixa da Selic. “As pessoas devem buscar essa opção, pois é uma ótima oportunidade de melhorar a situação financeira”, afirma Eduardo Coutinho, coordenador do curso de administração do Ibmec de Belo Horizonte (MG).
Prova disso é que, ainda segundo levantamento do Banco Central, as aprovações de crédito para a compra de veículos cresceram 18,8% entre janeiro e agosto, e os financiamentos imobiliários avançaram 8,8% em comparação ao mesmo período de 2018.
Veja, a seguir, algumas situações em que é possível solicitar um empréstimo para alavancar projetos pessoais, sem deixar o planejamento de lado.