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Preço das peças varia mais de 70% conforme a versão do carro

Dependendo da versão, o mesmo modelo pode ter peças com valores e benefícios muito diferentes - e bem maiores

Peças: “Componentes mais sofisticados realmente têm preços mais altos", diz engenheiro da Comissão Técnica de Segurança Veicular da SAE Brasil (Aaron Josefczyk/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 16h34.

Muita gente faz pesquisasemais pesquisas antes de comprar um carro e, no fim, escolheaversão maiscara, por seramais equipada.

Masoqueocomprador não sabeéque, numa leve batida, pode descobrir que há outra (enorme) diferença entre as versões: parte das peças que terá de trocar custa os olhos dacara.

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Os faróis de led custamodobro dos convencionais. Assim como os retrovisores elétricos, retráteisecom aviso de ponto cego, se não tiverem câmeras.

Esse choque, cada vez mais comum paraoconsumidor brasileiro, nãoénovidade no exterior,masmostra uma tendência:omesmo carro pode ter preços muito diferentes de peças, dependendo da versão.

“Componentes mais sofisticados realmente têm preços mais altos. Enquanto um farol halógeno custa de R$ 2.000aR$ 3.000, um de xenônio pode ser vendido de R$ 9.000aR$ 10.000″, dizoengenheiro Alessandro Rubio, da Comissão Técnica de Segurança Veicular da SAE Brasil.

“Vale ressaltar que existe um benefício nesse plus. Peguemos um retrovisor com aviso de ponto cego. Eleémais caro,masidentifica que tem um veículo ao seu lado que você poderia não ter visto, diminuindoorisco de acidente. Em outras palavras, eleémais caro,masatendência de ter de ser substituídoémenor.”

Oexemplo mais recente do fenômenoéonovo Honda Civic. Em sua versão Sport,amais simples, seu farol direito, halógeno, custa na média R$ 1.400.Oda Touring, de leds, sai por R$ 2.500 – uma diferença de 78,6%.

Pesquisamos também os retrovisores das duas versões. Enquantoodireito da Sport, simples, custa cerca de R$ 650,oda Touring, rebatívelecom câmeras,évendido em média por R$ 1.120, um aumento de 72,3%.

“Um fato que mostra bem essa nova realidadeéovalor das revisões, que em geral são iguais para qualquer versão”, explica Julian Semple, consultor sênior da Carcon Automotive. “Porém, assim queépreciso trocar uma peça danificada, vemosusto.OFord Focus tem versões de R$ 75.000aR$ 107.000. Dá para imaginaradiferença nopreçoentre um farol halógeno da versão de entradaeobixenônio adaptativo da versão maiscara.”

Nemépreciso imaginaradiferença que Semple menciona.Ofarol halógeno do hatch custa R$ 899, enquantoobixenônio adaptativo sai por R$ 4.547: um degrau de 405,8%.

Eesse neméoexemplo mais extremo. Eduardo de Oliveira Neves, da oficina Nipo-Brasileiro, dáadica sobre uma peça de mecânica:aembrea­gem da Chevrolet Meriva manual frenteada Easytronic.

Okit da versão manual, comoatuador, sai por R$ 555,masas autorizadasooferecem com desconto, por R$ 300.Oda Easytronic, original, custa R$ 3.588,masos vendedores oferecem um “kit alternativo”, por R$ 1.500. Com os valores originais, sem descontos ou gambiarras,adiferençaéde 545,9%.

Custo da calibração

Há ainda mais itens que encarecemoconserto: gra­des cromadas, acabamentos, seoveí­culo tem ou não faróis de neblina… “Em caso de acidente,asubstituição desses componentes será maiscara.Enãoésóaquestão das peças em si. Modelos com sistema de frenagem autônoma com sensor no para-brisa exigem calibração dos sensores em caso de troca. Isso pode influenciar no valor do seguro, com franquias eventualmente maiores”, diz Rubio.

Curiosamente, os para-brisas não têm valores tão diferentes. Enquantoodo Civic Sport custa, em média, R$ 1.000,odo Touring sai por R$ 1.200. “Os para-brisas vêm normalmente apenas comovidro, mesmo que tenham sensores”, diz Rubio.

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