Onze corretoras apresentam suas recomendações para junho

O mês de maio marcou um período de recuperação do mercado de ações. O Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, teve alta de 12,49%. Ao mesmo tempo, o real se apreciou frente ao dólar, refletindo também a volta do investidor estrangeiro ao país.

Com tais mudanças, as corretoras moldaram suas carteiras recomendadas para junho focando em empresas voltadas ao mercado interno. "Mesmo descontando a euforia que marcou o final de 2007 e início de 2008, ainda há espaço para o retorno de mais capitais ao país", prevê a corretora Socopa.

A expressiva valorização da moeda brasileira fez as apostas se voltarem às companhias com operações mais focadas no mercado interno, porque acabam sendo as mais beneficiadas, ao contrário do que pode acontecer com as exportadoras.

Além disso, empresas de setores que sofreram menos com a crise, como o de energia, devem ter agora uma menor valorização. Por esse motivo, cinco empresas de energia foram retiradas da lista de indicações para junho.

Setores beneficiados

O setor de varejo, por outro lado, está entre os mais indicados pelos analistas. Deve beneficiar o setor a queda da taxa básica de juro no Brasil, que atualmente é de 10,25% ao ano, seu menor nível histórico. Além disso, a confiança do consumidor melhorou no último mês. Isso somado à recuperação da atividade industrial faz com que os analistas da SLW esperem uma recuperação no PIB a partir do segundo trimestre.

Como consequência, a taxa de desemprego pode cair e levar a uma melhora no desempenho do comércio no próximo semestre. Com isso, as ações do Pão de Açúcar estiveram presentes em quatro das onze carteiras.

Recuperação limitada

Por outro lado, apesar da melhora nos principais índices globais, a perspectiva continua não sendo muito favorável às companhias mais voltadas ao mercado externo. Para o HSBC, o setor de petróleo, petroquímico e papel e celulose são os mais arriscados no momento - e, com exceção da Petrobras, são vistos poucas vezes entre as recomendações de junho.

Para a SLW, as mineradoras e siderúrgicas também são uma aposta de risco, uma vez que a demanda por seus produtos ainda não iniciou uma recuperação. "Em algumas regiões, como Europa e Japão, as siderúrgicas continuam operando com forte queda na capacidade de produção, fruto da demanda ainda fraca. No caso da Vale, estamos observando que as vendas de minério de ferro para estas regiões continuam reduzidas e assim deve se manter nos próximos dois meses", afirma.

Ainda assim, a mineradora se encontra entre as recomendações de seis corretoras. Os sinais de que o minério brasileiro vem conquistando participação de mercado na China, além de posição financeira confortável, após a conclusão da emissão de novas ações, tornam os papéis boas opções, na visão da Socopa.