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O plástico avança

No dia 17 de novembro de 2000, a rede paulista de lojas de CDs Virtual Music proibiu o uso de cheques nas 21 lojas espalhadas pelo estado. Os motivos eram diminuir o tempo de espera do cliente ao pagar sua conta e acabar com problemas de roubos ou inadimplência. Nos primeiros dias, houve reclamações. Hoje, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

No dia 17 de novembro de 2000, a rede paulista de lojas de CDs Virtual Music proibiu o uso de cheques nas 21 lojas espalhadas pelo estado. Os motivos eram diminuir o tempo de espera do cliente ao pagar sua conta e acabar com problemas de roubos ou inadimplência. Nos primeiros dias, houve reclamações. Hoje, porém, segundo Antonio João da Cruz, gerente da rede, o público já se acostumou com a nova forma e isso só tem feito suas vendas aumentarem. "É mais prático e seguro", diz Cruz. "Com os cartões, não perdemos tempo para saber toda a ficha do cliente e estamos protegidos de eventuais fraudes." Os plásticos, hoje, representam 70% do pagamento da rede.

A decisão confirma a mudança na preferência do brasileiro, que cada vez mais vem trocando os pagamentos em cheque por meios eletrônicos como cartões de débito e crédito. Debruçar-se no balcão e contar detalhes da vida é algo que desagrada (e muito) aos clientes. E são raras as lojas que, ao aceitar cheques, deixam de colocar o tradicional carimbo e de pedir muitas informações. Esse foi um dos motivos que levaram o advogado paulista Pedro Abi-Eçab a abandonar o talão do cheques. "Quando pagamos com cheque há uma grande exigência de dados pessoais", diz ele. "Isso prejudica a privacidade." Além disso, usando os cartões, Eçab conseguiu melhorar seu planejamento financeiro, sem correr o risco de se perder em datas. "Com os cartões, sei exatamente quando o dinheiro vai sair da conta", diz ele. "Se uso cheques, porém, nem sempre é possível prever o prazo, principalmente quando eles são repassados para terceiros."

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De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs), o número de transações feitas apenas com cartões de crédito saltou de 516,7 milhões em 1997 para 1,03 bilhão no ano passado. "Isso mostra uma leve mudança na mentalidade do brasileiro", diz o consultor Reinaldo Zakalski, diretor da Boutique de Investimentos. "Apesar de o brasileiro manter a cultura de cheque, o uso de plásticos deve popularizar-se cada vez mais."

Zakalski vê vantagens principalmente para o lojista e acredita que muitos lugares ainda aceitam cheques por não dispor das máquinas de cartões. "À medida que as lojas vão se equipando, o número de transações em plásticos deve aumentar." Para o usuário, Zakalski aponta uma única desvantagem -- a falta de mobilidade. "Com o cheque, o consumidor pode escolher datas ou dividir em várias parcelas sem pagar o juro do cartão de crédito", diz. "Às vezes, é impossível conseguir isso no cartão."

O uso de plásticos vem aumentando principalmente em hotéis, supermercados e compras de roupa, segundo uma pesquisa da Visa do Brasil. No entanto, essa mudança não é uniforme. Para alguns pagamentos, como remédios e refeições fora de casa, a maioria ainda prefere usar dinheiro vivo.

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