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Nossa Caixa contrata assessoria para avaliar venda ao Banco do Brasil

JP Morgan e Morgan Stanley vão auxiliar o banco paulista na negociação com a instituição federal

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Mais um passo foi dado rumo à incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Nesta quarta-feira (20/8), o banco paulista anunciou a contratação de dois pesos-pesados do mercado financeiro para assessorá-lo na negociação com a instituição federal: o JP Morgan e o Morgan Stanley. O primeiro será responsável pela elaboração de um laudo de avaliação da Nossa Caixa. O segundo foi contratado para emitir um parecer independente sobre o negócio ("fairness opinion").

As conversas entre o governo paulista e o Banco do Brasil sobre a venda da Nossa Caixa foram confirmadas por ambos no final de maio, embora os rumores já circulassem pelo mercado semanas antes. Na sexta-feira (15/8), em entrevista coletiva, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto, afirmou que a instituição deve apresentar, nas próximas semanas, uma oferta formal à Nossa Caixa. O executivo recusou-se, porém, a indicar que valor será oferecido. Para financiar a incorporação, o banco federal deve emitir ações e aumentar seu capital.

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No início de junho, o Banco do Brasil já havia anunciado a contratação da Accenture para assessorá-lo na avaliação da instituição paulista. Na ocasião, a expectativa era de que o preço fosse anunciado em poucas semanas. O principal ativo da Nossa Caixa - e o mais polêmico - é a folha de pagamento dos funcionários públicos paulistas. Quando o acordo foi fechado por 2 bilhões de reais, em março de 2007, gerou controvérsias entre os bancos, foi mal recebido pelo mercado, que viu motivações políticas, e acarretou forte queda dos papéis da Nossa Caixa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Mas a transação tem outros atrativos para o Banco do Brasil. Ao anunciar a intenção de comprar a instituição paulista, no final de maio, Lima Neto afirmou que se trata de um meio de o BB disputar a liderança no principal mercado brasileiro - São Paulo. Atualmente, o banco federal possui 682 agências no Estado, sendo o quarto maior banco local em tamanho da rede. A Nossa Caixa possui 552 agências. Juntos, portanto, alcançariam 1.234 agências - o suficiente para rivalizar com os grandes bancos privados que operam no Estado. O Santander e o Real, em conjunto, mantêm 1.204 pontos; o Bradesco, 1.167; e o Itaú, 841 agências.

A possibilidade de o BB entrar para o pelotão de líderes do mercado paulista levou os principais bancos a contestarem o formato do negócio. As instituições passaram a defender, publicamente, a realização de um leilão pela Nossa Caixa. O argumento é que a disputa elevaria o preço e renderia mais recursos ao governo paulista. A venda do banco reforçará o caixa do governo paulista, que pretende aplicar o dinheiro em obras públicas, após a malsucedida tentativa de vender outro importante ativo paulista - a Cesp.

A notícia não animou os investidores da Nossa Caixa. Por volta das 12h20 desta quarta-feira, as ações ordinárias do banco ( BNCA3 , com direito a voto) recuavam 0,32% na Bovespa e eram cotadas a 40,27 reais. Já as ordinárias do Banco do Brasil ( BBAS3 ) avançavam 2,02%, a 22,65 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, subia também 2,02%, a 54.728 pontos.

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