Mercado eleva projeção de IGP-M e reduz estimativa de IPCA para 2005

O último Relatório de Mercado divulgado pelo Banco Central (BC) neste ano traz duas alterações nas expectativas de inflação para o próximo ano. O Índice Geral de Preços (IGP-M) foi elevado de 6,50% para 6,55%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas inflacionárias do governo, foi reduzido pela terceira semana consecutiva, desta vez, de 5,76% para 5,70%. A taxa, porém, continua acima da meta de inflação de 5,1% determinada para 2005.

Uma parte da redução do IPCA pode ser atribuída ao menor impacto dos preços administrados sobre a inflação. Segundo o relatório do BC, o mercado reduziu de 7,28% para 7,20% a estimativa de aumento desses preços no próximo ano. Outra razão é a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue com sua política de alta gradual da taxa básica de juros (Selic), conforme divulgado em sua última ata. Baseados na ata do Copom, os analistas consultados pelo BC esperam uma nova alta de 0,25 ponto percentual da Selic em janeiro. Com isso, a taxa subiria para 18% ao ano.

Dois indicadores que sustentaram o otimismo dos investidores em relação ao Brasil, neste ano, foram revistos para baixo pelos analistas. Conforme o relatório do BC, o mercado projeta um superávit em conta corrente de 3 bilhões de dólares em 2005, menor que os 3,65 bilhões do relatório anterior. Já o saldo da balança comercial baixou de 27 bilhões de dólares para 26,6 bilhões.

O peso da dívida pública sobre a economia do país, porém, deve cair. Pela quarta semana consecutiva, o mercado reduziu sua estimativa sobre a relação dívida/PIB para 52,05%, contra a projeção anterior de 52,60%. O crescimento de 3,50%, esperado para o país em 2005, permanece inalterado há nove semanas.