Exame Logo

Londres quer mais bancos brasileiros

Recursos da ordem de 5 trilhões de dólares, provenientes em sua maior parte de investidores europeus. Dinheiro de longo prazo cinco anos, no mínimo e barato. Grosso modo, os juros cobrados são de cerca de 5% ao ano, dependendo do grau de risco da companhia que for levantar o dinheiro. São essas condições extremamente atraentes […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Recursos da ordem de 5 trilhões de dólares, provenientes em sua maior parte de investidores europeus. Dinheiro de longo prazo cinco anos, no mínimo e barato. Grosso modo, os juros cobrados são de cerca de 5% ao ano, dependendo do grau de risco da companhia que for levantar o dinheiro.

São essas condições extremamente atraentes que Michael Savory, "prefeito" da City de Londres o mercado financeiro inglês quer divulgar no Brasil a partir da próxima segunda-feira. Savory, eleito em novembro passado para um mandato de um ano, é o representante oficial dos bancos britânicos. Para ajudar o mercado inglês a fechar mais negócios e concorrer com Nova York como centro financeiro mundial, Savory pretende estimular os bancos brasileiros a abrir filiais na capital britânica.

Veja também

"Com cerca de um milhão de dólares, um banco brasileiro pode abrir uma subsidiária na City", disse Savory em uma entrevista exclusiva a EXAME. Segundo ele, a burocracia é pequena e há abundância de mão-de-obra. "Mais de um milhão de pessoas trabalha na City hoje." Além disso, diz ele, ter uma filial em Londres ajuda muito na hora de captar dinheiro. "O mercado está globalizado, mas é mais fácil fazer negócios se você está fisicamente mais perto." Hoje, diz Savory, cerca de 30% de todos os negócios realizados na City tem pelo menos a participação de um banco estrangeiro, e a meta é elevar esse percentual.

Savory diz que a grande maioria dos administradores de recursos da Europa estão na Inglaterra. "Há um mercado de capital potencial de 4 trilhões de libras (5 trilhões de dólares) para o empresário que necessitar de recursos", diz ele. Os números do mercado inglês impressionam: cerca de 70% do total de ações negociadas na Europa passa por Londres, assim como 56% dos recursos destinados a novas emissões de ações fora dos Estados Unidos.

Em sua viagem que vai durar dez dias e na qual percorrerá também Argentina e Chile Savory pretende propagandear as facilidades que o arcabouço legal britânico oferece. "Nosso mercado é menos burocrático", diz ele. "Mesmo que tenhamos tornado os regulamentos mais rígidos nos últimos tempos para combater a lavagem de dinheiro e o terrorismo, ainda temos vantagens em relação a outras praças."

Além de buscar mais bancos, Savory quer vender a experiência britânica na privatização, mais especificamente nas Parcerias Público-Privadas (PPP). Experiências parecidas do governo britânico nos anos 80, início do governo Thatcher, tiveram problemas devido a deficiências na legislação e na garantia de rentabilidade para o investidor, o que fez com que diversos projetos avançassem aquém do que seria desejável. "Queremos divulgar o que aprendemos na prática, para que o governo e os investidores brasileiros possam aprender com os nossos erros, sem ter de cometê-los."

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Minhas Finanças

Mais na Exame