Lemon Bank quer 100 mil novos correntistas em 2003

O Lemon Bank, banco popular que atua por meio de correspondentes bancários, pretende transformar em clientes 25 milhões de famílias excluídas do sistema financeiro. A partir deste domingo (7/9), o Lemon dá início, na Paraíba, a uma operação de guerra para abrir contas correntes.

Cerca de 1 500 pessoas, chamadas de consultores, sairão às ruas batendo de porta em porta. Seu objetivo: convencer a população excluída dos bancos de que se tornar cliente do Lemon pode ser uma boa idéia. O banco também contratou 24 profissionais aptos a abrir contas para os interessados. Seus esforços serão somados aos dos 230 correspondentes bancários que a instituição financeira já possui no estado.

A estratégia do Lemon para conquistar essa população de baixa renda é exigir muito pouco. Quem quiser abrir uma conta, batizada de Conta Brasil, não terá que comprovar renda ou fazer depósito inicial, mas apenas apresentar o RG, o CPF e um comprovante de residência. A conta Brasil também não terá taxa fixa de manutenção. "É uma conta tipo usa e paga", afirmou Michael Esrubilsky, diretor geral do Lemon Bank. Isso significa, explica ele, que o correntista pagará ao banco 1 real por transação realizada. "Se a conta ficar parada por dois meses, ele não terá custo algum".

Outro produto que o banco também oferecerá a partir de domingo (7/09) é o acesso ao crédito. Para conseguir, por exemplo, um empréstimo pré-aprovado de 50 reais, o correntista terá que fazer um depósito inicial no valor de 20 reais. Para emprestar acima disso, no entanto, o Lemon fará análise de crédito, assim como os bancos tradicionais de varejo. Os juros que serão cobrados, no entanto, de 7%, serão compatíveis com um banco popular e cerca de 20% inferiores aos praticados no mercado, segundo Esrubilsky, . "É o nosso programa de microcrédito", afirmou ele. "A diferença é que os valores podem ser usados para fomentar uma atividade produtiva ou o consumo".

Além do crédito, o Lemon também oferecerá outros produtos aos clientes. Entre eles, um cartão de crédito com a bandeira Visa. Para tê-los nas mãos, o correntista terá que comprar do banco títulos de capitalização. O limite do cartão terá o valor de 80% dos títulos de capitalização adquiridos, ou seja, se comprou 100 reais em títulos, o correntista poderá gastar até 80 reais. Os juros mensais do cartão também serão de 7% e a sua anuidade de 36 reais.

A Paraíba foi escolhida para ser o primeiro mercado a receber os produtos do Lemon porque é lá que o banco possui a maior rede de correspondentes bancários - o número de 230 estabelecimentos comerciais é superior à soma de todas as agências bancárias de todos os outros bancos presentes no estado juntas. Outros estados do nordeste, entretanto, também começarão a ser alvo da estratégia ainda este mês. A campanha publicitária para divulgação dos produtos, por enquanto, só será exibida nessa região.

Para este ano, a meta do Lemon é abrir 100 000 contas e ter 31 000 cartões de crédito nas mãos de correntistas. "Até agora, só nos projetos piloto vendemos 3 000 cartões", afirmou Mauro Motoryn, diretor de marketing e redes do Lemon Bank.

O Lemon Bank, antigamente conhecido como banco Patagon e com sede em São Paulo, foi criado há 12 meses. Nesse período, a principal missão dos executivos do banco foi criar e ampliar a rede de correspondentes bancários - estabelecimentos comerciais que prestam serviços bancários. Até agora, eles tinham se limitado a pequenos serviços à população, como pagamentos de contas. "Entramos agora numa nova fase", afirmou Motoryn.

Hoje, a rede de correspondentes é composta por cerca de 3 500 estabelecimentos comerciais. Um terço deles são pequenos supermercados com até cinco check-outs. "Somos o maior banco popular privado do país", afirmou Esrubilsky. Até o final deste ano, a previsão é que a rede do Lemon conte com 5 400 estabelecimentos. Para estruturá-la, o banco já desembolsou cerca de 45 milhões de reais. Mais 20 milhões de reais serão investidos até o final de 2004.