Juro médio cobrado do consumidor cai 3 pontos em maio

O mercado financeiro reduziu as taxas de juros cobradas nos empréstimos para os consumidores em maio. Pesquisa feita pela Partner, consultoria de serviços financeiros, com base nos números do Banco Central mostra que a taxa média anual cobrada nas linhas de crédito ao consumidor foi de 83,3% em maio, contra os 86,3% de abril _uma redução de 3 pontos percentuais.

Pelo levantamento, exceto no cheque especial, houve redução em todas as outras modalidades de crédito. No crédito pessoal, a taxa média anual caiu de 101,9%, em abril, para 98% em maio. No financiamento de veículos, passou de 50,3% para 47,4%. Na aquisição de bens, a taxa caiu de 81,2% para 77,1%.

Na avaliação da Partner, a redução reflete uma prevenção que estava sendo feita pelas instituições financeiras contra a alta da inflação, que não ocorreu. Para a consultoria, a queda é um ajuste.

Em maio foram emprestados ao todo R$ 26,8 bilhões contra os R$ 27,5 bilhões de abril. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda no volume de empréstimos chega a -5,8% (R$ 28,4 bilhões em empréstimos).

O medo de contrair dívidas longas foi refletido no volume de crédito. O financiamento de veículos caiu 19,7% na comparação com o mesmo mês de 2002. O crédito pessoal caiu 3,7% em maio, contra abril, e 15% na comparação com o ano passado.

Procon

Os resultados da pesquisa da Partner combinam com o levantamento feito pelo Procon-SP, divulgado nesta segunda-feira (16/6). A taxa média cobrada no cheque especial pelos bancos pesquisados pelo Procon-SP foi de 9,43% ao mês, inferior à do mês anterior, que foi de 9,48% _um decréscimo de 0,05 ponto percentual.

A taxa média de empréstimo pessoal subiu, puxada pelo Banco Mercantil, o único na pesquisa do Procon a elevar o juro cobrado do consumidor. A taxa média dos bancos pesquisados foi de 6,22% ao mês, superior à do mês anterior (6,20%) _um acréscimo de 0,02 ponto percentual.

A única instituição financeira que aumentou a taxa de empréstimo pessoal foi o Mercantil de São Paulo, que alterou de 6,10% para 6,40% ao mês, o que significa um acréscimo de 0,30 ponto percentual, que representa uma variação positiva de 4,92% em relação à taxa de maio de 2003.

A pesquisa de taxas de juros foi feita por técnicos da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, nos dias 9 e 10 de junho. Foram pesquisadas 13 instituições financeiras: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Bilbao Vizcaya Brasil (BBV), Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real, Unibanco, Mercantil de São Paulo e Banco de Crédito Nacional (BCN).