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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A decisão do governo brasileiro de taxar em 2% os investimentos estrangeiros trouxe a insegurança política de volta ao mercado. Em relatório, o banco de investimentos Barclays afirma que mesmo que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seja removido, criou-se uma incerteza sobre quais serão os próximos passos para controle do câmbio. E, considerando que o Ibovespa já se valorizou 74% neste ano, o apetite dos investidores estrangeiros pelo Brasil poderá ser afetado.
Para o mercado, ainda não está claro qual será o efeito desta medida adotada pelo governo. A BM&FBovespa considera a medida equivocada e afirma que manterá diálogo com as autoridades a fim de reverter a cobrança. O economista Marcelo Salomon, do Barclays, acredita que o Brasil continuará atraindo capital estrangeiro, e mantém sua previsão para o dólar no final do ano em 1,65 real.
Além da incerteza sobre o impacto da cobrança da taxa sobre a entrada de recursos nos país, outros dois argumentos podem ser considerados ao se questionar a eficiência da medida: 1-) a estabilidade política e o crescimento do mercado de capitais tiveram efeito significativamente positivos na economia; 2-) a medida não é coerente, pois considera que as aplicações em American Depositary Receipts (ADRs - papéis que representam ações de empresas brasileiras na Bolsa de Nova York) como investimento direto e, portanto, isento da taxa.
Além disso, os investidores terão caminhos para driblar a cobrança do imposto, e continuar investindo no mercado brasileiro.