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Imóveis residenciais ganham primeiro índice de preços

Indicador da FIPE utiliza a base de dados do ZAP Imóveis e contempla seis cidades

Valorização dos imóveis cariocas foi de 95% em três anos. Em São Paulo, alta de 79%. (Jeff Belmonte/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 14h58.

São Paulo - O mercado de imóveis residenciais ganha, nesta quinta-feira (17), seu primeiro índice de evolução de preços, fruto de uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o ZAP Imóveis. O Fipezap mostra a evolução dos preços dos imóveis anunciados em seis cidades, a partir de uma base de dados iniciada em 2008. A intensa valorização do mercado brasileiro fica bastante clara no primeiro índice divulgado, que mostra, por exemplo, uma alta de 95% no Rio de Janeiro e 79% em São Paulo em três anos.

O índice será divulgado mensalmente, e no primeiro momento será composto pela variação dos preços dos imóveis anunciados no ZAP em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador e Distrito Federal. Apenas São Paulo e Rio de Janeiro contam com bases de dados iniciadas em janeiro de 2008. Em Belo Horizonte, o índice leva em conta informações desde maio de 2009. Os índices das demais cidades são bem mais jovens, com dados iniciais em meados de 2010.

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De acordo com Eduardo Zylberstajn, coordenador do projeto na FIPE, a escolha do ZAP como base de dados é um grande diferencial, garantindo a qualidade estatística do levantamento. O ZAP possui a maior base de dados de imóveis anunciados do Brasil, com uma média de 190.000 unidades por mês. No caso de São Paulo e Rio, como os dados remetem a 2008, já é possível formar uma base comparativa e histórica da evolução dos preços.

O Fipezap surge em um momento em que o mercado imobiliário brasileiro vive não só uma grande euforia, mas também o temor do surgimento de bolhas e o desejo de criar parâmetros confiáveis de aferição de preços e rentabilidade. O indicador é o primeiro voltado para o mercado imobiliário e é lançado menos de uma semana depois do Índice Geral do Mercado Imobiliário - Comercial (IGMI-C) da Fundação Getúlio Vargas, focado no mercado de imóveis comerciais.

O índice da FGV não afere preços, mas a rentabilidade dos imóveis comerciais em várias cidades brasileiras, tendo como base informações fornecidas por diversas entidades do setor. A instituição anunciou que já está em preparo um índice semelhante para o mercado residencial. Futuramente, a Caixa Econômica Federal e o IBGE também devem lançar, em parceria, um Índice de Preços de Imóveis, que levará em conta todas as capitais do país.

Valorização desacelera

O primeiro Fipezap composto mostra que a alta nos preços dos imóveis brasileiros começa a assistir a uma desaceleração. A valorização foi de 1,8% em janeiro de 2011, a menor da série histórica iniciada em setembro de 2010. Embora o indicador ainda seja jovem, o dado vai ao encontro do que já previam especialistas no setor. A maior alta ocorreu na capital fluminense (2,8%), e o único município que viu queda foi Fortaleza (-0,4%), ainda assim uma retração menor que a de 0,8% no mês anterior. A valorização de 75% em São Paulo e de 95% no Rio desde 2008 superou em muito a inflação e a taxa de juros do período - de 16% e 36% respectivamente.

O Fipezap pode ser subdividido para considerar apenas a variação de preços de determinado tipo de imóvel em uma cidade. Por exemplo, o índice de janeiro mostra que os imóveis que mais valorizaram no país foram os de dois e quatro quartos, que subiram 1,9%. No acumulado desde 2008, os preços dos apartamentos de um quarto no Rio de Janeiro viram o impressionante salto de 105%, e os de dois quartos valorizaram 95%. Em São Paulo, no mesmo período, ambos os tipos de imóveis tiveram alta de 88%.

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