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Estudo mostra que poucos investidores pensam no longo prazo

São raros os acionistas que levam em conta eventos previsíveis, determinantes da performance das companhias

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os investidores são incapazes de focalizar no longo prazo, inclusive quando essa desatenção gere pesados prejuízos ao bolso. Com poucas exceções, as pessoas ficam obcecadas com o desempenho de suas ações no trimestre quando não se prendem ao que pode acontecer na próxima semana. Um estudo das universidades americanas da Califórnia e de Illinois concluiu que são poucos os investidores que conseguem refletir sobre eventos posteriores a um prazo de cinco anos. Isso vale mesmo para aqueles acontecimentos previsíveis, com impacto certo sobre os ganhos das empresas como é o caso das alterações no perfil etário da população (clique aqui para ler o estudo na íntegra, em inglês).

Segundo reportagem do The New York Times, os pesquisadores Stefano DellaVigna e Joshua M. Pollet, ambos professores assistentes o primeiro de economia em Berkeley, e o segundo de finanças em Urbana. Os acadêmicos montaram um banco de dados com o desempenho das ações de 24 indústrias de 1935 até 2003. Os ramos pesquisados foram aqueles cujo lucro depende muito do perfil etário da população, como cerveja, serviços funerários e brinquedos. Por exemplo, a taxa de consumo de bicicletas por pessoas com idades próximas a 40 anos é o dobro da média geral, pois em grande parte é o momento em que os pais compram o brinquedo para os filhos. Já a taxa verificada entre pessoas com menos de 27 e mais de 55 anos é muito menor do que a média.

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DellaVigna e Pollet constataram que, para cada ponto percentual de aumento da demanda por um produto ou serviço (em função da ampliação de um grupo etário em um determinado ano), os lucros crescem de 5% a 10%. Se os investidores fossem completamente racionais, como são descritos nos livros-texto de economia, levariam em consideração os efeitos de longo prazo da mutação demográfica. As ações de companhias sensíveis aos aspectos etários deveriam oscilar, por exemplo, no rastro de mudanças na taxa de natalidade. Mas os professores descobriram que os preços das ações começam a mudar apenas cerca de cinco anos antes de que aspectos etários imponham grandes efeitos sobre os lucros das empresas.

Segundo The New York Times, o estudo dá a dica de uma estratégia potencialmente lucrativa: invista em ações de companhias que, em seis a sete anos, deverão ser as maiores beneficiárias de tendências demográficas. Se o futuro seguir a fôrma do passado, você poderá vender suas ações com lucro quando investidores míopes "descobrirem" as tendências que já estavam traçadas e para as quais você simplesmente dedicou um pouco de atenção.

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