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Estrangeiros lucram com ações e causam saldo negativo na Bovespa

Vendas de papéis superaram compras em 561 milhões de reais em fevereiro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

A valorização que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vem mantendo durante 2006 animou os estrangeiros a aproveitar a boa maré e vender ações em fevereiro. Com isso, os investidores garantiram lucros, e a Bovespa registrou no mês um saldo negativo de 561,621 milhões de reais no fluxo que vem do exterior.

Enquanto as compras de papéis por estrangeiros somaram 17,123 bilhões de reais, as vendas chegaram a 17,684 bilhões. Em janeiro, a entrada de recursos (17,557 bilhões de reais ) havia sido maior que  a saída  (14,943 bilhões) - o que resultou em um saldo positivo de 2,614 bilhões.

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O déficit de investimento no segundo mês do ano não é sinal preocupante na opinão Nicolas Balafas, da Planner Corretora. "É natural que você tenha uma saída depois de uma entrada muito forte. Não tem nenhum evento que justifique o movimento de venda a não ser a realização de lucros", diz.

Em 2006, a Bovespa já acumula valorização de 16,9% - considerados os últimos doze meses, a alta chega a 38,7%. Tanta rentabilidade se refletiu no aumento do volume financeiro, que teve as maiores médias diárias em fevereiro desde o início do plano real. Foram 2,7 bilhões de reais movimentados em 89,088 negócios diários. No mês, a quantia atingiu 48,3 bilhões de reais.

Para Décio Pecequilo, da corretora Geração Futuro, os números representam um estímulo muito alto ao embolso dos lucros - e por isso o consultor esperava que fevereiro fechasse o balanço de investimentos estrangeiros com déficit ainda maior. "O resultado foi menos negativo do que esperávamos, porque tínhamos chegado a flertar com 1 bilhão de reais negativo", afirma.

Março

Com o insistente movimento de alta da Bovespa, os analistas se dividem quanto aos prognósticos para a entrada de estrangeiros em março. Balafas, da Planner, acredita que as vendas ainda devem superar as vendas neste mês, por conta justamente da promessa de alta rentabilidade. "Ainda que o estrangeiro tenha uma ação no Brasil que não se mexeu, ele já ganhou com a desvalorização do dólar", diz.

O que pode mudar o cenário, afirma Balafas, é a reunião do Copom, marcada para os dias 7 e 8 de março: "Se a taxa de juros for reduzida em um ponto percentual, nós podemos ter alguma reversão para um saldo positivo, porque o juro é concorrente das ações".

Pecequilo, da Geração Futuro, acredita que a volta às compras por parte dos estrangeiros já deve ocorrer em março por conta dos atrativos oferecidos pela Bovespa. "Certamente a probabilidade de uma virada é muito grande, alguns indicadores técnicos mostram que o tempo de retorno do investimento em bolsa no Brasil é o mais rápido entre os emergentes. Nossa bolsa tem motivos sólidos para continuar subindo, com empresas com lucros crescentes", diz.

Participação

O interesse pela Bovespa pôde ser confirmado pela participação dos estrangeiros nos negócios, que vem subindo desde dezembro e alcançou 36,17% em fevereiro. Em janeiro desse ano, a fatia era de 35,1%.

Com isso, os estrangeiros se mantiveram na liderança dos investimentos, seguidos pelos investidores institucionais (26,16%), pessoas físicas (23,35%), instituições financeiras (12,76%) e empresas (1,4%).

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