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Emissão de debêntures bate recorde no primeiro semestre

Papéis foram a principal alternativa das empresas ao financiamento bancário. Maior parte dos recursos foi para o capital de giro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O alto custo dos financiamentos bancários e a necessidade de obter recursos para o capital de giro levou parte das empresas brasileiras a buscar o mercado de capitais durante o primeiro semestre. O movimento foi tão intenso que, apenas nesta primeira metade do ano, as emissões de debêntures já atingiram o volume recorde de 23,9 bilhões de reais, mais que o dobro dos 9,614 bilhões captados em todo o ano passado. A cifra também é 66% maior que o recorde anterior, de 2001, quando foram lançados 15,162 bilhões (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre as opções das empresas ao crédito bancário).

Segundo relatório da consultoria Tendências, publicado nesta terça-feira (2/8), a maior parte dos recursos obtidos com as debêntures foi usado como capital de giro (65,59% do total). Em seguida, vêm a reestruturação de dívidas (23,41%), os investimentos em modernização de plantas e aquisição de participações (7,64%), e outros (3,36%).

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Cerca de 70% das debêntures lançadas em 2004 e no primeiro trimestre deste ano foi indexada ao CDI. Em segundo lugar, surgem os títulos atrelados ao IGP-M mais uma taxa de remuneração (15% do total). Os demais títulos ofereceram variação cambial e apenas uma pequena parcela (1% das emissões) é pré-fixada. Qualquer dessas opções, por enquanto, é mais vantajosa que o financiamento bancário, cuja taxa média de juros é de 65,1% ao ano, para operações de capital de giro.

Apesar da liquidez internacional, desde meados do ano passado, muitas empresas preferem captar recursos no mercado doméstico. A redução das captações externas é indicada pela queda da taxa de rolagem dos vencimentos de dívidas externas. Em 2003, por exemplo, 79% das dívidas privadas externas foram renegociadas. No ano passado, esse percentual caiu para 55%. Para este ano, a Tendências espera um novo recuo, para 50%.

A consultoria espera uma retomada dos investimentos privados no final do ano, o que deve estimular novas emissões de títulos. As operações, contudo, não devem comprometer a expansão do crédito bancário, para o qual a Tendências estima uma alta de 15,7% neste ano, para pessoas físicas.

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