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Corretoras estimam queda de até 63% no lucro da Vale do terceiro para o quarto trimestre

Na comparação com o 4º trimestre de 2007, entretanto, resultados podem ser até 95% maiores

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

É consenso entre os analistas que os resultados da Vale no quarto trimestre de 2008 serão severamente impactados pela crise global. No balanço que será divulgado nesta quinta-feira (19/2), será possível sentir a desaceleração nos negócios, que até então vinham crescendo a ritmo acelerado. As projeções apontam queda de até 63% no lucro líquido, com redução de até 17% nas vendas. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, no entanto, a expectativa é de lucro até 95% maior.

Os três últimos meses de 2008 se caracterizaram como um período totalmente diferente do vivenciado pela companhia nos últimos tempos. A crise global atingiu todos os mercados do mundo, derrubando abruptamente a demanda. A situação ficou ainda mais delicada com a estratégia adotada pelas siderúrgicas chinesas no primeiro semestre de 2008, que previa a estocagem de insumos. "O volume de estoques de minério de ferro na China superava a casa de 75 milhões de toneladas e isto foi determinante para que a China viesse a interromper o ritmo de encomendas que mantinha com todas as mineradoras", explica a corretora SLW em relatório.

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Diante dos altos estoques e da queda vertiginosa nas vendas, a Vale, assim como outras mineradoras, se viu obrigada a ajustar seu ciclo operacional. Durante o quarto trimestre, foram feitas paralisações em algumas minas e interrompidas as produções de pelotas em quatro unidades. A fabricação de alumínio foi reduzida em 40%, e a de níquel, em 20%.

Os cortes não contemplaram somente a queda na demanda, mas também a redução média de 40% nos preços das matérias-primas, que derrubou as margens de lucro. Com exceção do minério de ferro e de pelotas, que são reajustados anualmente, as demais commodities seguem preços de mercado. Alguns concorrentes, afirma a SLW, liquidaram seus estoques a qualquer preço, contribuindo ainda mais para a depreciação dos produtos. Com isso, o faturamento da companhia em dólares deve ter registrado fortes perdas. Porém, na conversão para reais, deve ser notada uma compensação, já que entre outubro e dezembro a moeda americana se valorizou 22%.

O câmbio deverá contribuir significativamente para os resultados da Vale no trimestre. Como a mineradora possui mais ativos que passivos atrelados à moeda estrangeira, o resultado na conversão dos valores para reais deverá gerar ganhos para a empresa. Além disso, grande parte dos 19,4 bilhões de reais levantados no terceiro trimestre pela mineradora com uma oferta de ações está aplicado em moeda estrangeira.

Para os próximos meses, as perspectivas são de um início de recuperação. Com o volume dos estoques baixando na China, a expectativa é de que, aos poucos, a demanda volte a subir. Na Índia, os preços à vista registraram forte alta em janeiro, levando certo otimismo para as negociações dos preços do minério de ferro que valerão para 2009.

As projeções das corretoras

Vale (VALE5)
CorretoraPreço-alvo (R$)Receita líquida (R$ bilhões)*Variação em relação ao 4T07 (%)Margem EBITDA (%)Variação em relação ao 4T07 (pontos percentuais)Lucro líquido (R$ bilhões)*Variação em relação ao 4T07 (%)
Ágora39,2518,522,551,798,695
Brascan52,07Não estimadoNão estimado44,21,54,64
SLW48,4217,214,058,015,46,445
* estimativas para o quarto trimestre de 2008
Fontes: corretoras
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