Compare o financiamento de imóveis nos bancos após corte de juros da Caixa
Concorrentes atualmente oferecem taxas similares e até menores do que as do banco estatal
Marília Almeida
Publicado em 12 de junho de 2019 às 05h00.
Última atualização em 12 de junho de 2019 às 11h38.
São Paulo - A partir desta segunda-feira (10) a Caixa passou a cobrar juros menores no financiamento de imóveis. A maior taxa praticada pelo banco caiu de 11% para 9,75%. Já a menor taxa, paga pelos clientes que já têm relacionamento com a instituição, foi reduzida de 8,75% para 8,5%. O banco unificou as taxas praticadas no SFH e no SFI.
Contudo, antes de tomar a decisão de financiar um imóvel no banco vale a pena pesquisar as condições oferecidas pela concorrência, que atualmente cobra taxas similares e até menores.
A taxa mínima de juros cobrada pela Caixa no SFH, que financia imóveis de até 1,5 milhão de reais, é maior do que a cobrada pelo Itaú e Banco do Brasil. O Itaú cobra juros a partir de 8,3% em financiamentos enquadrados no SFH, enquanto o Banco do Brasil cobra juros a partir de 8,49% na modalidade.
Já se o intuito for financiar imóveis de mais de 1,5 milhão de reais (SFI), o Itaú cobra a menor taxa (a partir de 8,3% ao ano), seguido pela Caixa (a partir de 8,5% ao ano).
A taxa mínima é aplicada para clientes que já têm relacionamento com a instituição financeira. Para quem não é cliente do banco, por exemplo, a taxa sobe. A Caixa é o único banco que divulga a taxa máxima de juros cobradas em financiamentos. Todos os concorrentes não divulgam os juros máximos oferecidos.
Portanto, se a taxa de juros nos bancos concorrentes ultrapassar os 9,75% ao ano cobrado pela Caixa, o banco estatal certamente será a escolha mais barata.
Desde o início do ano a linha de crédito pró-cotista da Caixa deixou de ser a melhor alternativa para quem não se enquadra nas regras do Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, a linha do SFH é hoje a mais barata do banco para quem não se enquadra no programa de incentivo.
Veja abaixo as taxas de juros cobradas pelos bancos nos financiamentos imobiliários:
Banco | SFH - Imóveis de até R$ 1,5 milhão | SFI - Imóveis com valores superiores a R$ 1,5 milhão |
---|---|---|
Itaú | a partir de 8,3% | a partir de 8,3% |
Banco do Brasil | a partir de 8,49% | Não opera |
Caixa | a partir de 8,5% | a partir de 8,5% |
Bradesco | a partir de 8,85% | a partir de 8,85%* |
Santander | a partir de 8,99% | a partir de 8,99% |
Há cerca de um ano, as taxas no SFH variavam entre 8,8% a 9%. Todos os bancos foram incentivados a cortar os juros por conta do ciclo de cortes na Selic promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Desde março do ano passado o Copom mantém os juros básicos em 6,5% ao ano, mínima histórica. O movimento de estabilidade acontece após um ciclo de 12 baixas consecutivas que se iniciou em agosto de 2016 e se encerrou em março do ano passado.
O que pesar na escolha
A taxa de juros é só um primeiro indicador que o consumidor deve olhar ao buscar financiar um imóvel. O mais importante é comparar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento entre os bancos. Pode ser que o banco ofereça uma taxa de juros menor, mas no final das contas, considerando o preço do seguro e outras despesas do financiamento, o crédito pode ficar mais caro. Para evitar cair nessa pegadinha, basta comparar o CET.
Outras condições oferecidas pelos bancos, como prazo máximo de financiamento e valor máximo financiado, também podem ser mais importantes para quem está com o orçamento apertado, já que podem exigir um valor menor de entrada e diluir mais as parcelas ao longo do tempo.
Nestes quesitos, o Banco do Brasil, a Caixa e o Santander oferecem as melhores condições: financiam até 80% do valor de imóveis em até 35 anos.
Ao optar por financiamentos com prazos maiores, o mutuário tem de ter consciência que o benefício tem um custo: terá de pagar juros por mais tempo.
Compare abaixo o prazo máximo de financiamento e o valor máximo do imóvel financiado em cada banco:
Banco | Prazo máximo de financiamento | Porcentual máximo do imóvel financiado |
---|---|---|
Banco do Brasil | 35 anos | 80% |
Santander | 35 anos | 80% |
Caixa | 35 anos | 80% |
Itaú | 30 anos | 82% |
Bradesco | 30 anos | 80% |