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Cartões de débito puxam o mercado de cartões até junho

País alcançou 298 milhões de plásticos em circulação e transações chegaram a 97 bilhões de reais, uma alta de 29%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Brasil encerrou o primeiro semestre com 298 milhões de cartões em circulação, entre cartões de débito, crédito e private label (como os plásticos emitidos por lojas de departamento, por exemplo). O volume é 20% maior que os 248 milhões registrados em junho do ano passado. Os cartões de débito foram o principal responsável pela expansão, ao registrarem um incremento de 28%, totalizando 153 milhões de unidades. Os private label avançaram 16%, para 89 milhões. Já os cartões de crédito, que totalizaram 55 milhões de unidades, registraram a menor taxa de crescimento: 10%.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os números referem-se ao volume de cartões emitidos e não ao de plásticos ativos aqueles que o cliente desbloqueia e usa efetivamente. Segundo o presidente da Abecs, Jair Scalco, não há dados precisos sobre a porcentagem de cartões não ativados, mas, para ele, "esse número é muito pequeno, desprezível".

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Esses meios de pagamento também geraram um maior volume de transações na primeira metade do ano. Nesse período, 1,797 bilhão de transações movimentaram 97 bilhões de reais, cifra 29% maior que os 75 bilhões gerados por 1,406 bilhão de operações no primeiro semestre de 2004.

Os cartões de crédito responderam pela maior parte das transações. Os 849 milhões de operações representaram um volume financeiro de 58 bilhões de reais. Em seguida, vieram os cartões de débito, com 713 milhões de transações e 29 bilhões de reais; e os private label, com 235 milhões de operações e 89 bilhões de reais.

Facilidade de uso

A estabilidade econômica e a expansão da massa salarial, entre junho de 2004 e junho de 2005, contribuíram para o incremento dos negócios, segundo Scalco. Mas o que mais pesou para a expansão do setor foi a facilidade proporcionada pelos meios eletrônicos de pagamento. De acordo com Scalco, ao substituir os meios tradicionais, como dinheiro e cheques, os vários tipos de cartões dão mais flexibilidade ao cliente, que começa a se habituar a usá-lo.

Para o diretor de Tecnologia da Abecs, Anastácio Ramos, outro fator que favorece o crescimento desse mercado é o aumento do número de estabelecimentos que aceitam cartões de pagamento. Antes concentrados nas redes de varejo de maior porte nas capitais, os equipamentos para pagamento eletrônico estão cada vez mais populares em outras regiões e em lojas de porte diversificado.

Esse processo está favorecendo, sobretudo, as operações com cartões de débito o que explica as taxas de expansão acima da média mas também estimula os demais meios. Mesmo o acréscimo de 10% no número de cartões de crédito em circulação é considerado positivo pela Abecs. "Por se tratar de um mercado mais maduro, esse desempenho é expressivo", afirma Antonio Luiz Rios, diretor de Marketing da associação.

Projeções

A Abecs espera que o Brasil feche 2005 com um total de 337 milhões de plásticos em circulação, o que representaria uma alta de 22% sobre os 277 milhões com que encerrou 2004. O volume de operações deve alcançar 200 bilhões de reais, contra 164 bilhões na mesma comparação.

Para Rios, o segundo semestre tende a ser ainda mais aquecido para o mercado de cartões, já que a economia é tradicionalmente mais forte nessa época. Além disso, as festas de final de ano são um grande estímulo para o uso desses meios de pagamento.

Mas a Abecs não deseja contar apenas com o ritmo da economia para expandir os negócios. De acordo com Rios, o grande desafio dos próximos meses será aumentar o número de operações com cartão de débito. O representante da Abecs afirma que muitos clientes ainda usam esse tipo de cartão apenas para movimentações bancárias, como saques e pagamento de contas valores que não são computados pela pesquisa mas não o utilizam para pagar suas compras.

Ranking

A Abecs também divulgou, nesta terça-feira (26/7), que o Brasil avançou em relação a outros países no uso de cartões de débito e crédito. Os 41 bilhões de dólares movimentados por esses dois tipos de plásticos garantiram a 11ª posição ao Brasil, entre as nações que mais compram por meios não-tradicionais. Em 2003, o Brasil havia movimentado 29 bilhões de dólares, o que o pôs em 14º lugar.

Rios admite que parte do avanço deve-se à valorização do real, que favoreceu o país na conversão dos valores movimentados, mas não informou quais foram os câmbios usados no cálculo. O diretor da Abecs ressaltou, porém, que outro dado concreto da evolução brasileira é o aumento no número de transações 2,01 bilhões de transações, em 2004, contra 1,46 bilhão em 2003. Com isso, o país subiu de 5º para 4º lugar nessa lista. A pesquisa considerou apenas as duas principais bandeiras de cartão de crédito que operam em todos os países pesquisados a Mastercard e a Visa.

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