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Brasil troca bradies por globals para dar novo perfil à dívida

São Paulo, 25 de julho (Portal EXAME) O governo brasileiro deu início nesta sexta-feira (25/7) a uma operação de troca (swap) de bradies por bônus globais. Os bradies são títulos da dívida reestruturada nos anos 80, com garantias do Tesouro Americano, e o principal deles é o C-Bond. Os bradies têm prazos curtos e sofrem […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

São Paulo, 25 de julho (Portal EXAME) O governo brasileiro deu início nesta sexta-feira (25/7) a uma operação de troca (swap) de bradies por bônus globais. Os bradies são títulos da dívida reestruturada nos anos 80, com garantias do Tesouro Americano, e o principal deles é o C-Bond. Os bradies têm prazos curtos e sofrem restrições de fundos internacionais. Os globais, ao contrário, são vistos como papéis de melhor qualidade. O swap também vai alongar o perfil da dívida externa brasileira e reduzir seu custo.

Segundo divulgou o Banco Central (BC), haverá a substituição de Par-Bonds, Discount Bonds e C-Bonds por bônus globais com vencimentos em 2024 (Global BR-24) e em 2011 (Global BR-11). O Brasil também poderá oferecer bônus globais BR-11 para captação de recursos novos. A operação tem como agentes os bancos JP Morgan e Morgan Stanley e termina na terça-feira (29/7). Os resultados serão anunciados na quarta-feira. A última transação do gênero foi realizada em março de 2001, com uma troca para globals com vencimento em 2004.

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A troca já vinha sendo ventilada pelos analistas financeiros desde março, mas o anúncio pegou o mercado de surpresa. Segundo a GAP Asset Management, os papéis envolvidos na troca operavam estáveis e após a divulgação do swap registraram forte alta. O BC não divulgou valores, mas estimativas do mercado contabilizam que a operação pode chegar a 1 bilhão de dólares. Os bradies são papéis estigmatizados e sua troca é sempre saudável , diz Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator Doria Atherino. Além do mais, a operação também dará mais liquidez aos títulos com vencimento em 2024. No jargão financeiro, mais liquidez significa mais facilidade e rapidez na troca de um papel porque ele atrai o interesse dos investidores.

O anúncio repercutiu de forma positiva nos preços e nas negociações do C-Bond. O papel chegou a registrar alta de 1,26% e encerrou o dia com variação de 0,86%, sendo negociado com 90,1% do seu valor de face, patamar elevado. O risco país registrou pequena queda, na casa de 0,3%, ficando em 736 pontos base em relação aos títulos do tesouro americano, considerados os mais seguros.

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