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BC reduz compulsório para ajudar bancos pequenos

Mudança visa a contornar os problemas causados no mercado pela intervenção no Banco Santos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Banco Central (BC) reduziu, no fim da tarde desta sexta-feira (19/11), o depósito compulsório sobre os depósitos a prazo dos bancos. O BC elevou o limite de isenção desses depósitos. A medida vai ajudar principalmente a desafogar os bancos de médio porte, que vinham sendo afetados desde a intervenção no Banco Santos, decidida pelo BC na sexta-feira passada.

Os depósitos a prazo, normalmente Certificados de Depósito Bancário (CDB), são a principal forma de os bancos de médio porte, que não têm grandes redes de agência, captar dinheiro para poder conceder empréstimos a esses clientes. Ao vender um CDB, um banco não pode emprestar todo o valor captado. É preciso deixar cerca de 23% desse dinheiro depositado numa conta do Banco Central, rendendo juros de mercado.

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Os bancos estavam dispensados de pagar compulsório até um limite de 30 milhões de reais. No fim da tarde da sexta-feira, por meio da Circular 3262, o BC elevou esse limite de isenção para 300 milhões de reais. "É uma decisão que permitirá conceder mais empréstimos no final do ano", diz João Rabêllo, presidente da Associação Brasileira de Bancos Comerciais (ABBC), que reúne os bancos de médio porte. "Além disso", diz Rabêllo, "a mudança no compulsório vai contribuir para equalizar os custos dos bancos e favorecer a expansão dos empréstimos."

Algumas instituições haviam parado de emprestar dinheiro na quinta-feira, dia 18 de novembro, por causa da situação ruim no mercado. Os fundos de pensão, tradicionais financiadores dos bancos médios, estavam reticentes em manter suas aplicações depois dos prejuízos que tiveram com o Santos. "Quando viram os prejuízos, alguns fundos resolveram que não valia a pena correr risco e começaram a resgatar seus recursos", diz um executivo de um banco de médio porte. "Essa restrição na liquidez pode prejudicar muito o negócio de um pequeno banqueiro." A mudança, agora, garante uma generosa folga no caixa e afasta a possibilidade de que outros bancos pequenos voltassem a ter problemas.

Para dar um exemplo, um banco que tivesse 2,03 bilhões de reais em depósitos teria, pela norma antiga, que deixar 360 milhões de reais bloqueados no Banco Central. Pela nova norma, esse valor cai para pouco mais de 255 milhões. "Essa mudança não provoca grandes alterações na vida dos gigantes do setor, mas, para os pequenos, é a diferença entre poder ou não emprestar dinheiro."

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