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Banco de Silvio Santos deve ter sucesso na Bolsa, dizem analistas

Panamericano aguarda o melhor momento para fazer sua oferta pública inicial de ações na Bovespa

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Ainda não se sabe quando, mas é praticamente certo que assim que essa instabilidade no mercado financeiro passar, o Banco Panamericano, do empresário e apresentador Silvio Santos, vai realizar sua estréia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial) da instituição é um dos mais aguardados da nova série que está por vir, uma vez que, segundo os especialistas, tem tudo para ser um grande sucesso. "Se o banco souber escolher o momento certo para entrar na Bolsa, deverá ter ótimo resultado na operação. Dentre os bancos médios, o Panamericano é um dos melhores e atua exatamente nofilet mignondo crédito atualmente: o financiamento ao consumo voltado para média e baixa renda", diz Antonio Bento Furtado de Mendonça Neto, sócio da consultoria Solving do Brasil.

Apesar de enfrentar grandes concorrentes, como as financeiras Taií, Finasa e Fininvest, dos grupos Itaú, Bradesco e Unibanco, respectivamente, o banco de Silvio Santos vem apresentando forte crescimento nos últimos meses. Seu lucro líquido chegou a 101,1 milhões de reais no primeiro semestre deste ano, valor 171,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

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Esse resultado deve-se em grande parte pela expansão em 35% da carteira total de crédito, que totalizou 2,09 bilhões de reais no final do primeiro semestre. As operações de crédito pessoal e financiamento de bens são as que detêm maior peso na carteira (31,5%), somando 658,4 milhões de reais após registrar um crescimento de 42% sobre o resultado do primeiro semestre de 2006. A maior expansão, no entanto, foi verificada no crédito consignado, que saltou 225%, para 490,6 milhões de reais.

Os números refletem não só a melhora nas condições macroeconômicas do país, mas também um fator que, para os analistas, confere um diferencial à instituição: o fato de já ter nascido com o objetivo de financiar bens para a população. "Enquanto os grandes bancos foram obrigados a criar ou comprar financeiras para atender o segmento de baixa renda, o Panamericano já nasceu com esse perfil, e hoje conhece muito bem o seu público", afirma Mendonça Neto. Para Luis Miguel Santacreu, analista da consultoria Austin Ratings, o conhecimento adquirido em anos de trabalho conferiu ao Panamericano importantes habilidades no gerenciamento de risco de suas operações. "O banco consegue equacionar de forma eficiente a inadimplência de sua carteira- que é mais alta que a média do mercado devido à faixa de renda em que atua - com a cobrança de juros maiores", diz.

No mercado desde 1969, a instituição conta com a participação da BF Utilidades Domésticas (mais conhecida como Baú da Felicidade) e da Liderança Capitalização (responsável pela Tele Sena) em seu grupo de controle. O perfil do banco, voltado para pessoa física, difere do das demais instituições de médio porte novatas na Bovespa, que têm como principal nicho de atuação o segmento de pequenas e médias empresas.

Para os analistas, ainda é cedo para avaliar quanto o banco de Silvio Santos poderia levantar com o IPO, mas recursos para investir não devem faltar. "Tudo é uma questão de preço. Se o valor for bem definido e a operação realizada no momento adequado, o interesse deve ser grande", diz Mendonça Neto. De acordo com o executivo, em outubro, com o fim das férias no hemisfério norte, os investidores devem reavaliar seus investimentos e, caso a crise do crédito hipotecário nos Estados Unidos não se agrave, há grandes chances dos recursos estrangeiros voltarem à Bolsa.

Apesar da fuga de recursos nos últimos dois meses, o fluxo de investimentos estrangeiros na Bovespa em 2007 está positivo em 27,8 bilhões de reais. A participação dos estrangeiros nas ofertas públicas de ações realizadas neste ano chegou a 42,7 bilhões de reais, equivalente a 74,5% do total de recursos investidos. É consenso no mercado que a crise financeira deve fazer com que os investidores se tornem mais cautelosos nas suas escolhas de investimentos, mas isso, na opinião dos analistas, não significa que as empresas brasileiras ficarão menos atraentes. "Há uma grande necessidade por parte dos fundos - principalmente os de aposentadoria - de investir em opções que confiram uma remuneração acima da obtida com os investimentos mais conservadores. E não são só os investidores estrangeiros que buscam oportunidades, os domésticos também", afirma Santacreu.

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