Minhas Finanças

As ações mais arriscadas ou defensivas do Ibovespa

Consultoria especializada em gestão de risco diz quais papéis podem elevar ou reduzir a volatilidade de uma carteira de investimentos

PDG: a ação mais arriscada do Ibovespa, segundo a consultoria Cyrnel (EDUARDO MONTEIRO)

PDG: a ação mais arriscada do Ibovespa, segundo a consultoria Cyrnel (EDUARDO MONTEIRO)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 10h04.

São Paulo – Em momentos de forte aversão ao risco, analistas costumam recomendar ações mais defensivas e descorrelacionadas ao desempenho médio da bolsa. Já quando o otimismo é generalizado, os investidores ficam mais propícios a comprar papéis de empresas pré-operacionais ou dos setores mais arriscados. Mas você já parou para pensar quais seriam os papéis mais arriscados e defensivos da bolsa?

A consultoria Cyrnel já fez isso. A empresa desenvolveu uma metodologia para determinar quais ações tendem a apresentar melhores resultados em momentos de estresse ou euforia no mercado. O serviço é vendido a fundos de investimento, que aplicam a metodologia a suas próprias carteiras para verificar se o risco tomado não está exageradamente elevado.

Para isso, Cyrnel criou dois indicadores. O primeiro dele é o grau de risco, que leva em consideração fatores fundamentalistas (o setor onde a empresa está inserida, o endividamento, a variação do fluxo de caixa e o tamanho da empresa, entre outras características) e as oscilações de preço das ações.

A dimensão do risco é dada por números. Para uma carteira idêntica ao Ibovespa, foi atribuído risco 1. A ação mais arriscada do índice é a da incorporadora PDG, com grau de risco 6,51. Isso significa que montar uma carteira apenas com ações dessa empresa é 6,51 vezes mais arriscado do que investir em um fundo de ações passivo que replique o principal índice de ações da bolsa paulista. Veja abaixo as dez ações mais arriscadas:

Empresa Grau de risco
PDG 6,51
LLX 3,51
Brasil Ecodiesel 2,3
MMX 1,85
ALL 1,81
Hypermarcas 1,78
Marfrig 1,76
BR Malls 1,75
TIM 1,74
MRV 1,74

Na lista do risco, há uma forte concentração em setores sensíveis ao crédito (PDG e MRV), empresas pré-operacionais (MMX e LLX), companhias com dívidas elevadas (Marfrig) ou consolidadores de seus mercados (Hypermarcas e BR Malls).

A Cyrnel também divulgou as ações menos arriscadas do índice, que, em geral, são empresas de grande porte:

Empresa Grau de risco
Itaú 1,06
Ambev 1,1
CPFL 1,1
Bradesco 1,11
Petrobras 1,12
Vale 1,12
Telefônica Brasil (antiga Telesp e Vivo) 1,13
Copel 1,15
Sabesp 1,16
Cemig 1,19

Segundo Carlos Werneck, analista da Cyrnel, há duas formas de o investidor reduzir o risco de uma carteira de investimentos. A primeira – e também mais óbvia - é comprar ações com grau de risco mais próximo ao do Ibovespa. A outra opção é montar uma carteira diversificada, já que um investidor que compra dois papéis com o mesmo grau de risco – Brasil Foods e CCR, por exemplo – tem em mãos um portfólio com um índice de risco inferior ao de cada uma delas isoladamente.

Werneck afirma ainda que quanto mais distintos forem os papéis, maior será a eficiência da diversificação. Se um investidor colocar apenas as ações de três bancos na carteira, por exemplo, na prática ainda terá portfólio bastante concentrado ao risco do setor financeiro. Já se adicionar empresas de diversos setores que oscilam por motivos distintos, correrá menos riscos.

Correlação com a bolsa

Os relatórios da Cyrnel também mostram quanto uma ação tende a ganhar ou sofrer quando a bolsa sobe ou desce, respetivamente. Para isso, a consultoria faz os chamados “testes de estresse”, que simulam como seria o comportamento de um ativo se o Ibovespa subisse ou caísse 10%. A lista das dez ações que menos sofreriam com a oscilação do Ibovespa é toda formada por papéis de setores considerados defensivos no mercado (como telefonia, energia, concessões públicas), além da Ambev:

Empresa Quando o Ibovespa cai ou sobe 10%, essa ação oscila:
Telefônica Brasil (antiga Telesp e Vivo) 1,78%
TIM 5,24%
Ambev 6,69%
Transmissão Paulista 6,71%
CPFL 6,84%
Cemig 6,86%
Copel 7,01%
Eletropaulo 7,13%
Light 7,32%
Sabesp 7,34%

Os papéis acima são os que tendem a sofrer menos se o Ibovespa continuar em queda nos próximos meses. É interessante notar que a ação da Telefônica Brasil (formada pela fusão da Vivo com a Telesp) ficaria quase estável se o pessimismo continuar a reinar.
Na ponta oposta, estão as dez ações mais correlacionadas ao Ibovespa. A lista é formada apenas por incorporadoras e siderúrgicas. A única exceção é a Hering:

Empresa Quando o Ibovespa cai ou sobe 10%, essa ação oscila:
Rossi 13,40%
Gerdau Metalúrgica 13,31%
Brookfield 13,21%
Gafisa 12,87%
Cyrela 12,71%
Usiminas 12,71%
MRV 12,67%
CSN 12,46%
Gerdau PN 12,34%
Hering 12,06%

Quem compra esses papéis, portanto, deve ter em mente que tende a se dar bem mal caso não haja uma solução breve para os problemas fiscais e bancários da Europa, que tanto têm pressionado a bolsa nos últimos meses.

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