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Analistas vêem correção, mas não ruína no mercado

Fortes quedas da Bovespa nesta semana assustam investidores, mas analistas vêem boas oportunidades no mercado em breve

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Após uma temporada de recorde atrás de recorde, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a cair fortemente nesta quinta-feira (26/7). O Ibovespa, principal índice da Bolsa, recuou 3,76%, para 53.893 pontos, depois de ter registrado durante o dia queda de mais de 6%. Na terça-feira (24/7) o índice já havia caído 3,86%. Os dados negativos da economia americana assustaram os investidores estrangeiros, que correram ao mercado para desfazer suas posições.

Para os pequenos investidores que pensaram em acompanhar o movimento e retirar suas aplicações do mercado acionário, aqui vai o recado dos especialistas: não é hora de sair da Bovespa, que passa por um momento de correção, mas não de ruína. "As perspectivas para a economia brasileira e para as empresas locais não mudaram em nada. Houve um movimento de aversão a risco, uma vez que os grandes investidores precisam delimitar suas perdas, mas acreditamos que em uma ou duas semanas a Bolsa voltará a apresentar ganhos", diz o analista do Banco Itaú, Joel Bogdanfki.

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Segundo Bogdanfki, assim que o mercado acalmar, os estrangeiros voltarão a investir no Brasil e nos demais mercados emergentes, como aconteceu após a crise de maio do ano passado. "Uma piora na economia americana não deve influenciar o crescimento da economia mundial, que está calcado principalmente na China e na Índia. Portanto, quem tem perspectiva de investimento de longo prazo deve deixar o dinheiro na Bolsa", afirma o analista.

O estresse desta quinta foi causado pela união de diversos fatores. O principal deles diz respeito ao setor de crédito hipotecário de alto risco nos Estados Unidos, o chamado subprime. Pelas previsões de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) as perdas podem chegar a 100 bilhões de dólares. "E já circulam informações de que outros dois fundos subprime na Austrália também estariam com problemas", destaca o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto.

Soma-se a isso a notícia de que a Chrysler desistiu de vender 12 bilhões de dólares em títulos nesta quarta-feira (25/7) por falta de interessados, e de que outras empresas americanas também já estariam enfrentando dificuldades para captar recursos no mercado financeiro. Os investidores temem que outros setores de crédito venham a apresentar os mesmos problemas do subprime - o que poderia desencadear uma crise de grandes proporções na economia americana. Além disso, a apreciação de 1,52% na moeda japonesa frente ao dólar está fazendo com que muitos gestores revejam suas estratégias, uma vez que se tornou menos atrativo tomar dinheiro no Japão para investir em países emergentes.

"Como a Bolsa subiu muito fortemente nos últimos meses, já era previsto um movimento de realização de lucros. Faltava só uma faísca para que isso acontecesse. Todas essas notícias juntas desencadearam o processo", afirma o analista da corretora Elite, Alexandre de Macedo Marques.

Ruim para uns, bom para outros

Se quem está na Bolsa sofre com as perdas de mais de 6% esta semana, quem está fora pode aproveitar o momento para entrar. Muitas ações, segundo os analistas, estão com preços bastante atraentes em comparação aos valores praticados nos últimos dias e, como as perspectivas para a Bovespa ainda são positivas, vale a pena pesquisar oportunidades. "Os papéis da Petrobras e da Vale do Rio Doce são exemplos disso", diz Marques. As ações preferenciais das duas empresas caíram 7,2% e 5,5%, respectivamente, esta semana, para 52,50 reais e 76,85 reais.

Outro setor que também merece atenção, de acordo com os especialistas, é o de bancos. Desde segunda-feira (23/7), as ações do Bradesco caíram 6,3%, sendo cotadas no fechamento de hoje a 49,35 reais. Os papéis do Itaú recuaram na semana 6,5%, para 86,20 reais, enquanto os do Banco do Brasil caíram 4,7%, para 28,50 reais. As units do Unibanco registram 5% de desvalorização, sendo vendidas no final do pregão dessa quinta-feira a 22,60 reais.

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