Alemanha quer debater normas para fundos de hedge no G-8
País quer leis que aumentem a transparência das ações desse tipo de fundo de investimento, para evitar crises do mercado
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A Alemanha deseja incluir na agenda do próximo encontro do G-8 - o grupo das oito nações mais ricas do mundo - um debate sobre a regulamentação dos fundos de hedge. O objetivo é estabelecer leis que aumentem a transparência das ações desses investidores ao longo de todo o planeta.
Em um discurso a banqueiros europeus em Frankfurt, o ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück, afirmou que é necessário reduzir o potencial de risco que esses fundos representam para o mercado financeiro mundial. O próximo encontro do G-8 está marcado para junho de 2007 e será realizado na Alemanha.
A crescente popularidade e lucratividade dos fundos de hedge mudaram a postura de alguns governos europeus, que passaram a examinar modos de reduzir o poder desses investidores. Uma parcela das grandes companhias da Europa também apóia os esforços das autoridades, pois teme que os fundos utilizem a participação acionária que detêm nestas empresas para exigir mudanças de estratégia e de diretoria.
Ao contrário do que o nome sugere, os fundos de hedge não são investimentos que buscam proteção elevada contra riscos de mercado - característica das operações de hedge. Esses investidores são, na verdade, grandes instituições financeiras, com uma carteira de bilhões de dólares, que buscam opções de ganhos rápidos a partir de oscilações do mercado. O objetivo é tentar antecipar os movimentos do mercado e investir pesadamente na direção em que pressentem.
Esse tipo de ação só é possível porque, diferentemente de outros tipos de aplicação financeira, os fundos de hedge são muito pouco regulamentados - alvo da preocupação alemã, de acordo com o americano The Wall Street Journal. Segundo a publicação, o maior desafio é regulamentar as ações de fundos offhsore, isto é, sediados em outros países, mas com investimentos na Europa. Em meados de junho, por exemplo, os fundos de hedge foram os principais responsáveis pela turbulência nos mercados internacionais, que derrubaram em 10% a Bolsa de Valores de São Paulo e puxaram em 11% a cotação do dólar.