7 loucuras milionárias de famosos que ensinam a controlar os gastos
Excentricidades como uma gaiola de hamsters por 50.000 libras e 150.000 dólares em um casaco de pele podem ter tudo a ver com a sua relação com o dinheiro
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2012 às 12h41.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h21.
São Paulo - De tempos em tempos, notícias sobre os gastos anômalos das celebridades vêm a público. As extravagâncias são divulgadas muitas vezes em tom de fofoca e causam as mais diversas impressões, menos a sensação de que aquilo pode ter alguma relevância. Gastos de 50.000 libras com um labirinto para hamsters, 1 milhão de libras com drogas e um casaco de pele de 150.000 dólares parecem distantes da realidade comum, mas podem ser uma forma divertida de depreender alguns ensinamentos sobre finanças. Clique nas fotos acima e descubra nas excentricidades dos famosos algumas formas de evitar erros que acontecem também com os simples mortais.
Aficionado por arquitetura, Brad Pitt gastou com a construção de um labirinto para os hamsters de seus filhos 50.000 libras, segundo o jornal The Sun. A estrutura, mais cara do que muitas casas de seres humanos, dispõe de um labirinto de túneis, gangorras e plataformas. Há duas questões úteis a se ponderar nesta extravagância do ator. A primeira é que diante do patrimônio dele, talvez a gaiolinha não comprometa de forma alguma seu orçamento e seja algo que realmente faça sentido para ele, já que o presentinho fez a alegria da família. Por outro lado, não deixa de ser um gasto de 50.000 libras com uma gaiola e, por mais dinheiro que alguém tenha, um dia a riqueza pode acabar. É pouco provável que Brad Pitt tenha se arrependido da compra e a intenção não é julgar a decisão do ator, mas apenas provocar uma reflexão sobre a forma como usamos o dinheiro. Por mais absurda que seja, uma compra vale a pena se for útil sob a perspectiva de quem comprou. E, um gasto que parece sensato para quem vê de fora, pode se revelar bastante inútil para quem compra. Conclusão: a relação com o dinheiro é algo muito pessoal, por isso é sempre importante que as finanças sejam controladas também pessoalmente. Mesmo em um casamento, ainda que as contas sejam divididas, cada um tem seus próprios objetivos financeiros, e deixando tudo na mão do parceiro, a concretização das metas pode ser muito mais difícil. Mantenha apenas em mente que uma boa forma de mensurar se uma compra é inútil ou não é avaliar se a felicidade gerada por ela será duradoura ou passageira.
As finanças de Michael Jackson refletem bastante sua trajetória de vida, que foi marcada pela dicotomia entre momentos ilustres e catastróficos. Uma das grandes sacadas do cantor foi a compra de direitos autorais de uma série de cantores e bandas, entre os quais se destacam “simplesmente” centenas de canções dos Beatles, títulos de Bob Dylan, Elvis Presley e outros. Segundo a revista Forbes, o astro do pop gastou 47,5 milhões de dólares em 1985 para comprar um catálogo que incluía 250 canções dos Beatles. Dez anos depois, a Sony pagou 90 milhões de dólares para ter metade dos direitos, formando uma joint venture chamada Sony/ATV. Hoje, o valor estimado do catálogo de canções de Michael Jackson, segundo a publicação, é de aproximadamente 1,5 bilhão de dólares e o valor arrecadado com os direitos estaria entre 50 e 100 millhões de dólares por ano. No entanto, no ano em que ele faleceu, em 2009, foi noticiado que as dívidas do cantor chegavam a 400 milhões de dólares. E alguns dos principais motivos foram os gastos excessivos e os processos movidos contra ele, em especial com o julgamento no qual ele foi acusado de pedofilia, que lhe rendeu despesas que superavam em cerca de 30 milhões de dólares o que ele arrecadava anualmente. Outra extravagância do cantor, o rancho de Neverland, que além de uma mansão contém um parque de diversões e um zoológico, teve que ser vendido para quitação de algumas de suas dívidas milionárias. Não há um consenso, mas as sondagens indicam que a propriedade foi vendida por 23 milhões de dólares. Moral da história: nenhum valor no mundo é suficiente para que o dinheiro seja tratado com desleixo. Como diz o velho ditado: "O dinheiro não leva desaforo". "Às vezes a pessoa tem tanto dinheiro que acha que não vai acabar nunca. Essas pessoas acabam tendo visão distorcida do próprio potencial da carreira”, comenta André Massaro, especialista em finanças e economista da MoneyFit.
Depois de se divorciar do príncipe Andrew, Sarah Ferguson, a duquesa de York, passou a receber uma pensão no valor de 24.000 libras por ano, mas não conseguiu adaptar seu estilo de vida à nova condição financeira. A necessidade de manter o padrão era tanta que ela preferiu "vender" sua dignidade a reduzir os gastos. Em 2010, ela foi flagrada em um vídeo tentando vender por 500.000 libras a um jornalista do tabloide News of the World um encontro entre ele e o príncipe Andrew, com quem ela continuava mantendo contato. Passar por uma situação de fracasso não é nada agradável e por isso muitos evitam fazer um planejamento para uma situação dessas. “No momento que a pessoa começa a ganhar dinheiro, não passa pela cabeça dela que possa passar por dificuldades. Ninguém entra em casamento imaginando que vai acabar e são raríssimas pessoas que têm investimentos no longo prazo”, diz André Massaro. Pensar sobre o pior que pode acontecer é a melhor forma de evitar situações de crise e a única forma de passar por elas sem muitos prejuízos. Prepare-se para o pior: faça seu planejamento sucessório, seguros, planejamento de divisão de bens em caso de divórcio, entre outras medidas preventivas. E, ao passar por dificuldades financeiras, é preciso aceitar que ou o nível de vida deve se adaptar à nova condição de renda, ou que é hora de buscar novas fontes de rendimentos.
Em 1993, Aretha Franklin, ícone do Soul, se apresentou durante a cerimônia de posse de Bill Clinton com um casaco de pele (foto) que custou nada menos que 150.000 dólares. O modelito da cantora atraiu uma infinidade de críticas na época, e o seu assessor a defendeu dizendo que ela costumava sentir muito frio nos palcos. Ainda que a cantora de "I Say a Little Prayer" e "Respect" realmente seja muito "friorenta" e tenha se sentido bastante confortável com seu suntuoso casaco, sem dúvidas o gasto lhe trouxe muitas dores de cabeça. O exemplo pode ser relacionado a uma das principais recomendações dos consultores financeiros: os gastos devem ser conscientes. E gastar conscientemente consiste basicamente em separar o que é supérfluo do que pode ser um investimento. Até mesmo uma roupa pode ser um investimento. Se ela couber no orçamento e não causar remorsos, ela pode ajudar a aumentar a autoestima do comprador, o que pode levá-lo até mesmo a um desempenho melhor no trabalho. Para não ter erro, uma boa dica é não fazer a compra imediatamente e esperar algumas horas ou dias para avaliar se o gasto continua em mente e é importante, ou se o desejo era apenas um impulso. O especialista em finanças pessoais André Massaro sugere também que gastos inteligentes são aqueles que aumentam a capacidade de ganhar. “Muitas vezes, mais importante do que investir dinheiro, é investir na capacidade de ganhar dinheiro. Todos estão sujeitos a ter prejuízos, mas se foi feito um investimento em conhecimento, por exemplo, a pessoa investiu em elementos para recomeçar”, diz.
O ator Nicolas Cage tem o costume, nada aplicável aos reles mortais, de colecionar casas. Em 2009, o ator tinha mais de uma dúzia de mansões. Além das casas, Cage gastava quantias absurdas com motos, um jato, iates, carros antigos e novos, relógios caros e até mesmo meteoritos e crânios de dinossauros. Toda a gastança, adicionada a uma dose de displicência, levou o ator a contrair dívidas particulares de 6,7 milhões de dólares, além de uma dívida de 14 milhões de dólares em impostos. Para saldar as dívidas, o ator teve que se desfazer de algumas de suas propriedades. Em 2011, ele vendeu sua mansão em Middletown, Rhode Island, por US$ 6,2 milhões, menos da metade do que ele pagou pela propriedade em 2007, por US$ 15,7 milhões. E em 2010, vendeu por 10,5 milhões de dólares a mansão em Bel Air que ele havia colocado à venda anos antes por 35 milhões de dólares. Não é preciso chegar a ter gastos excessivos para contrair dívidas. Uma pequena distração pode ter consequências desastrosas. Isto porque as taxas de juros de dívidas podem ser altíssimas e um pequeno gasto pode se tornar impagável. Em caso de endividamento, recomenda-se que seja feita uma lista para verificar quais dívidas têm maiores taxas de juros e devem ser quitadas prioritariamente. Depois, deve-se avaliar formas possíveis de se fazer uma renegociação. Segundo a Proteste – Associação de Consumidores, as taxas de juros anuais do crédito rotativo podem chegar anualmente a até 621,38% em cartões de supermercados e a 549% em cartões de postos de combustível. E de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média do rotativo do cartão de crédito é de 238,3% ao ano. Se estas dívidas forem refinanciadas pelo crédito consignado (cujas parcelas são descontadas da folha de pagamento), por exemplo, pode haver uma grande economia, já que as taxas custam em média 1,93% ao mês (23,16% ao ano), segundo o Banco Central.
Entre as extravagâncias da cantora britânica se destacam as volumosas doações a amigos e os altos gastos com bebidas e drogas em saídas e viagens. Segundo reportagem do jornal Daily Mail, em uma viagem a Santa Lucia, no Caribe, que durou cinco meses, em 2009, a cantora gastou nada menos que 2.000 libras por noite no luxuoso resort Le Sport e a conta final do hotel chegou a mais do que 500.000 libras. Além disso, entre 2006 e 2008, estima-se que a cantora tenha gasto 1 milhão de libras ou mais com drogas. Em 2009, os pais da cantora passaram a administrar sua fortuna, mas ao que tudo indica, sem muita parcimônia. Fontes próximas à cantora dizem que o pai não negava dinheiro para as regalias da filha. Certa vez, ele lhe deu um envelope com 2.000 libras, que ela pediu simplesmente para dar a um amigo que estava com hérnia. E a paixão por doar dinheiro aos amigos chegou ao ponto de a cantora doar 130.000 libras ao amigo Alex Foden para financiar sua reabilitação. Estima-se que a cantora tenha deixado 3,5 milhões de libras de herança, após sua morte, em julho de 2011. A quantia pode ser considerada volumosa, mas modesta, se considerado que a fortuna da cantora chegou a ser avaliada em 10 milhões de libras em 2008, de acordo com a lista de fortuna dos músicos do jornal Sunday Times. O especialista em finanças pessoais André Massaro comenta que é muito comum que celebridades e jogadores de futebol não se preocupem em administrar suas finanças. “Um erro clássico que estes artistas fazem é confiar nas pessoas erradas, eles procuram alguém para administrar o dinheiro deles e acabam contando com pessoas desqualificadas”, diz. A questão porém não é restrita aos artistas. Muitos acabam confiando em conselhos de pessoas próximas e não tomam as próprias decisões. Por mais confiável que seja um parente, ele pode não ter conhecimento suficiente para indicar um investimento. A melhor forma de guiar os investimentos é observar os objetivos pessoais a curto, médio e longo prazo e para alguém de fora estes objetivos podem não ficar tão claros, resultando em uma administração do dinheiro que não corresponde às intenções da própria pessoa.
Depois de um divórcio problemático em 2007, parte de uma declaração de renda da cantora Britney Spears foi revelada e foi divulgado que sua renda mensal era de 730.000 dólares. O que impressionou é que ela só arrecadava 13.000 dólares mensais com investimentos e seus gastos incluiriam 102.000 dólares em entretenimento, presentes e férias e 16.000 dólares em roupas. Também em 2007, Britney comprou uma mansão em Beverly Hills por um capricho e simplesmente não frequentou a casa durante anos. Apenas há alguns meses, a cantora resolveu vender o imóvel, e sites americanos mostram que ela aceitou uma proposta de 4,2 milhões de dólares pela casa. Além de ter deixado o imóvel "ao léu", o prejúizo não será pequeno, uma vez que a cantora venderá a casa por muito menos do que os 6,8 milhões de dólares que pagou na compra. Talvez agora a situação esteja diferente, já que Britney perdeu o direito de administrar seu próprio dinheiro em fevereiro de 2008, após as diversas internações em clínicas de reabilitação. Desde então, é seu pai quem responde por ela judicialmente. A displicência ou ignorância sobre o modo de administrar as finanças é um mal que afeta não só artistas, como profissionais de todos os ramos, que concentram todas as atenções na ocupação principal e esquecem de pensar nos investimentos. Por conta disso, existem hoje dois serviços de consultoria financeira específicos para milionários: o private bank, para clientes que possuem patrimônio acima de um milhão de reais e o Family office, para clientes que possuem de 5 a 10 milhões de reais. Ambas as consultorias têm como objetivo fazer um plano de perpetuação do patrimônio e de transição para as novas gerações, orientando os clientes sobre as questões familiares, societárias ou tributárias que estão envolvidas no processo.