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Último pregão da Bovespa enfrenta fatores negativos

O investidor mostra uma postura mais cautelosa


	Bovespa: às 10h06, o Ibovespa tinha alta de apenas 0,07%, 50.629,79 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: às 10h06, o Ibovespa tinha alta de apenas 0,07%, 50.629,79 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 10h04.

São Paulo - Uma série de fatores negativos desafiam a Bovespa a encerrar 2014 com um desempenho positivo neste último pregão do ano e, pelo menos na abertura, o investidor mostra uma postura mais cautelosa.

Além de mais notícias ruins envolvendo a Petrobras e da queda do petróleo no exterior, que podem afetar as negociações com os papéis da estatal, entre os mais importantes do Ibovespa, os índices futuros das bolsas norte-americanas e as bolsas na Europa estão em baixa na manhã desta terça-feira, 30, e os papéis de mineradoras e siderúrgicas recuam lá fora, o que é uma influência negativa para suas correlatas no Brasil e que ontem ajudaram a Bolsa a subir 0,90%.

Às 10h06, o Ibovespa tinha alta de apenas 0,07%, 50.629,79 pontos. Até ontem, o Ibovespa tinha perda de 1,77% acumulada em 2014.

Contudo, como a sessão tende a ser novamente de fraca liquidez, "qualquer movimento mais forte de um investidor pode ter efeito desproporcional", afirmou o trader de Bolsa da Quantitas Asset Thiago Montenegro.

"Hoje pode acontecer de tudo, até nada", brincou um operador, destacando também que o mercado pode ser influenciado pelo tradicional ajuste de carteiras de final de ano.

Petrobras, mais uma vez, está no olho do furacão. A estatal informou ontem que divulgará seus resultados no terceiro trimestre deste ano em janeiro de 2015 sem o relatório de revisão do seu auditor externo PricewaterhouseCoopers (PwC).

A Petrobras reafirmou que está empenhada em divulgar as demonstrações contábeis revisadas pela PwC "assim que possível". Anunciou ainda que vai bloquear o acesso de 23 empresas citadas na Operação Lava Jato às suas licitações e contratos.

Ainda, as cotações podem ser impactadas pela notícia de que o fundo de hedge Aurelius convocou os detentores de bônus da Petrobras a formalizar uma notificação de quebra de convenant, por não ter publicado o balanço do terceiro trimestre em prazo que se encerrou ontem. Segundo o fundo, a cláusula previa a divulgação do demonstrativo financeiro não auditado 90 dias após 30 de setembro.

Na Europa, as bolsas recuam, ainda em razão da situação política na Grécia, diante da perspectiva de novas eleições em janeiro e a possibilidade de vitória do grupo contra a austeridade no país.

Também pesa o recuo dos preços do petróleo, em razão dos temores do excesso de oferta, tanto na ICE de Londres (-0,17% o barril do Brent para fevereiro às 9h51) quanto na Nymex (-0,08% o barril do cru para fevereiro).

Neste horário, a Bolsa de Frankfurt cedia 0,68%, a de Londres, -0,88%, e a de Paris, -0,82%. Em Nova York, o Dow Jones futuro caía 0,14%, o S&P 500 futuro, 0,25% e o Nasdaq futuro, 0,60%.

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