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Quando a bolha chinesa vai estourar?

Para analistas, já é um consenso que o mercado de ações chinês vive uma bolha e que ela vai estourar. Resta saber quando

Investidores chineses observam painel com preços de ações (ChinaFotoPress/ChinaFotoPress via Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 17h46.

São Paulo - Enquanto a economia chinesa desacelera e o governo corre para sustentá-la, a bolsa de valores da China dobra de tamanho.

Nesta quarta-feira, o governo chinês anunciou que irá intensificar os investimentos em setores importantes para sustentar a economia do país. Entre as ações, está previso o aumento no investimento para transformar favelas e casas dilapidadas. A infraestrutura de eletricidade rural e as instalações de armazanamento de grãos também serão beneficiadas.

Os investimentos vem como resposta a desaceleração do crescimento do país. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto ( PIB ) da China aumentou 7% na comparação com o mesmo período de 2014. Foi o pior ritmo de crescimento desde 2009.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o país cresça apenas 6,8% neste ano. Já o Banco Mundial espera um crescimento ligeiramente maior, de 7,1%.

A projeção para a economia chinesa não é boa, mas os investidores da bolsa de Xangai parecem ignorar a situação. De setembro do ano passado até agora, a bolsa chinesa subiu 113,5%.

Para o economista André Perfeito, a bolha é resultado de uma série de incentivos de crédito para estimular a economia. "O governo permitiu, por exemplo, que pessoas físicas abrissem mais de uma conta em corretoras para poder investir na bolsa", explica Perfeito. "Esse excesso de crédito migrou pra o mercado acionário, mas não está necessariamente migrando para a economia", completa.

Alimentada por um número sem precedentes de investidores inexperientes, a capitalização da bolsa de Xangai triplicou no ano passado, chegando aos 9,8 trilhões de dólares.

Quando?

Para os analistas, a pergunta não é mais se o mercado de ações chinês vive uma bolha ou não. A questão agora é quando ela vai explodir.

Segundo o banco Bocom International Holdings, a bolha pode estourar já nos próximos seis meses, antes do final do ano. Para chegar a esta conclusão, a instituição citou uma análise de bolhas globais de mais de 800 anos que mostra que a velocidade de ganhos na China se assemelha a picos do mercado anteriores.

Em entrevista à Bloomberg, Hao Hong, o estrategista chefe para a China do Bocom International afirmou que antes de começar a cair, a bolsa chinesa deve alcançar os 6.100 pontos.

"Existe sim um processo que não é sustentável. É um processo perigoso e deve estourar até o final do ano", concorda André Perfeito.

No dia 12 de junho, sexta-feira passada, a bolsa de Xangai atingiu a máxima de sete anos, aos 5.166,35 pontos. Desde então, caiu 7,37% para 4.967 pontos.

Segundo André Perfeito, embora essa queda repentina seja um sinal da volatilidade dos investidores chineses, ela não é reflexo de alguma ação do governo para controlar a bolha.

"Está para começar uma temporada muito forte de IPOs na China. Tradicionalmente, os papéis performam muito bem nos dias das emissões. Então, os investidores estão vendendo suas ações no mercado secundário para comprar no primário nos IPOs", explica o economista.

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São Paulo - Enquanto a economia chinesa desacelera e o governo corre para sustentá-la, a bolsa de valores da China dobra de tamanho.

Nesta quarta-feira, o governo chinês anunciou que irá intensificar os investimentos em setores importantes para sustentar a economia do país. Entre as ações, está previso o aumento no investimento para transformar favelas e casas dilapidadas. A infraestrutura de eletricidade rural e as instalações de armazanamento de grãos também serão beneficiadas.

Os investimentos vem como resposta a desaceleração do crescimento do país. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto ( PIB ) da China aumentou 7% na comparação com o mesmo período de 2014. Foi o pior ritmo de crescimento desde 2009.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o país cresça apenas 6,8% neste ano. Já o Banco Mundial espera um crescimento ligeiramente maior, de 7,1%.

A projeção para a economia chinesa não é boa, mas os investidores da bolsa de Xangai parecem ignorar a situação. De setembro do ano passado até agora, a bolsa chinesa subiu 113,5%.

Para o economista André Perfeito, a bolha é resultado de uma série de incentivos de crédito para estimular a economia. "O governo permitiu, por exemplo, que pessoas físicas abrissem mais de uma conta em corretoras para poder investir na bolsa", explica Perfeito. "Esse excesso de crédito migrou pra o mercado acionário, mas não está necessariamente migrando para a economia", completa.

Alimentada por um número sem precedentes de investidores inexperientes, a capitalização da bolsa de Xangai triplicou no ano passado, chegando aos 9,8 trilhões de dólares.

Quando?

Para os analistas, a pergunta não é mais se o mercado de ações chinês vive uma bolha ou não. A questão agora é quando ela vai explodir.

Segundo o banco Bocom International Holdings, a bolha pode estourar já nos próximos seis meses, antes do final do ano. Para chegar a esta conclusão, a instituição citou uma análise de bolhas globais de mais de 800 anos que mostra que a velocidade de ganhos na China se assemelha a picos do mercado anteriores.

Em entrevista à Bloomberg, Hao Hong, o estrategista chefe para a China do Bocom International afirmou que antes de começar a cair, a bolsa chinesa deve alcançar os 6.100 pontos.

"Existe sim um processo que não é sustentável. É um processo perigoso e deve estourar até o final do ano", concorda André Perfeito.

No dia 12 de junho, sexta-feira passada, a bolsa de Xangai atingiu a máxima de sete anos, aos 5.166,35 pontos. Desde então, caiu 7,37% para 4.967 pontos.

Segundo André Perfeito, embora essa queda repentina seja um sinal da volatilidade dos investidores chineses, ela não é reflexo de alguma ação do governo para controlar a bolha.

"Está para começar uma temporada muito forte de IPOs na China. Tradicionalmente, os papéis performam muito bem nos dias das emissões. Então, os investidores estão vendendo suas ações no mercado secundário para comprar no primário nos IPOs", explica o economista.

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