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Piora externa faz Ibovespa renovar mínimas em 2018

Às 12:08, o Ibovespa caía 1,27 por cento, a 70.511 pontos

Sede da Bovespa (Reprodução/Wikimedia Commons)

Sede da Bovespa (Reprodução/Wikimedia Commons)

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Clara Cerioni

Publicado em 15 de junho de 2018 às 14h57.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice de ações da B3, recuava nesta sexta-feira, tendo como pano de fundo o cenário externo com maior aversão a risco e manutenção das incertezas no quadro doméstico, em sessão com intenso noticiário corporativo, com destaque para a alta de 20 por cento da Braskem.

Às 12:08, o Ibovespa caía 1,27 por cento, a 70.511 pontos.

Na mínima desta sessão, último pregão antes do vencimento dos contratos de opções sobre ações de junho, o Ibovespa atingiu 70.516 pontos, menor patamar intradia desde agosto de 2017.

O volume financeiro somava 3,7 bilhões de reais.

No exterior, novas medidas comerciais dos Estados Unidos contra a China e o fortalecimento do dólar adicionavam pressão negativa sobre os mercados acionários emergentes, com Wall Street também operando no vermelho, em sessão de vencimentos de opções e de futuros em Nova York.

Da cena local, além do quadro político incerto e apreensões sobre a economia, investidores repercutiam anúncios do Banco Central e Tesouro Nacional na véspera, além de decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), de alterar regra para acelerar venda em títulos longos por entidades de previdência.

"Eles estão querendo acalmar o mercado de juros e o dólar, mas a estratégia pode se mostrar ineficaz se o mercado demandar mais do que eles têm a oferecer, o que elevará os juros futuros e o dólar e pressionará a bolsa para baixo", disse o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa deBovespa da Coinvalores.

No final da quinta-feira, o BC disse que oferecerá na próxima semana volume adicional de 10 bilhões de dólares em contratos de swap cambial, enquanto o Tesouro Nacional informou que pode fazer na próxima semana leilões diários de compra e venda de três diferentes papéis.

O CMN alterou regra imposta a entidades de previdência complementar, que resultará na redução de 70 bilhões de reais do estoque de títulos públicos longos detidos por elas.

A bolsa brasileira também segue enfraquecida pela forte saída de estrangeiros. No último dia 13, o saldo ficou novamente negativo, desta vez em 431 milhões de reais. No ano, as saídas líquidas já superam 8 bilhões de reais.

DESTAQUES

- BRASKEM disparava 19,82 por cento, após divulgar que a Odebrecht entrou em negociações exclusivas para a venda de sua participação na petroquímica para a holandesa LyondellBasell.

- VIA VAREJO UNIT recuava 5,3 por cento, com o cenário mais adverso justificando alguma realização de lucros, após os papéis se valorizaram 10,56 por cento na semana até a véspera.

- CSN perdia 6,7 por cento, em sessão negativa para siderúrgicas em geral, sofrendo com o movimento de correção na bolsa como um todo.

- GOL caía 5,3 por cento, também em destaque na ponta negativa, em meio a preocupações relacionadas ao cenário para o câmbio, apesar do alívio na cotação da moeda ante o real após os anúncios do Banco Central.

- BRF recuava 2,87 por cento, revertendo a alta da abertura, apesar da avaliação positiva da notícia de que Pedro Parente assumirá a presidência-executiva da companhia. Analistas ainda veem desafios relevantes para a empresa.

- PETROBRAS PN perdia 2,45 por cento, sofrendo com o viés negativo no pregão, uma vez que está entre as ações mais líquidas, enquanto eventos recentes envolvendo a companhia adicionaram incertezas sobre sua autonomia.

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíam 0,6 e 0,4 por cento, respectivamente, com o setor de bancos como em queda. BANCO DO BRASIL cedia 2 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT caía 1,4 por cento.

- VALE recuava 3 por cento, apesar do avanço do preço do minério de ferro na China, conforme prevalecia o tom pessimista nos negócios. Na véspera, a mineradora anunciou oferta de recombra de bônus com vencimento em 2042.

- ELETROBRAS PNB recuava 5 por cento, revertendo alta da abertura. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou edital do leilão de privatização de seis distribuidoras de energia da companhia.

 

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