PANORAMA2-Dólar fura R$1,70; bolsas têm sessão volátil
SÃO PAULO, 30 de setembro (Reuters) - O dólar rompeu a barreira psicológica de 1,70 real nesta quinta-feira, voltando ao nível anterior à quebra do banco Lehman Brothers, em 2008. A queda global do dólar e a entrada de capitais no país já pressionavam a taxa de câmbio para baixo há semanas. Segundo profissionais de […]
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2010 às 09h32.
SÃO PAULO, 30 de setembro (Reuters) - O dólar rompeu a
barreira psicológica de 1,70 real nesta quinta-feira, voltando
ao nível anterior à quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.
A queda global do dólar e a entrada de capitais no país já
pressionavam a taxa de câmbio para baixo há semanas. Segundo
profissionais de mercado, o movimento foi intensificado com a
expectativa de que o governo mude a taxação sobre investimentos
estrangeiros, provocando uma antecipação de ingressos.
O mercado de ações tinha uma sessão mais volátil, com o
Ibovespa perto da estabilidade após ter atingido os maiores
níveis desde abril. Os investidores avaliavam dados melhores
que o esperado sobre a economia norte-americana.
O crescimento dos Estados Unidos no segundo trimestre foi
revisado de forma defnitiva para 1,7 por cento, acima da
previsão de 1,6 por cento. [ID:nN30131257]
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram a 453 mil
na semana passada. Analistas de mercado previam que o número
ficasse em 460 mil. [ID:nN30153477]
Além disso, a atividade empresarial no Meio-Oeste do país
mostrou mais força que o esperado, com o índice do Instituto de
Gestão de Fornecimento (ISM) de Chicago a 60,4 em setembro,
após 56,7 em agosto. [ID:nN30116253]
Nos juros futuros, a ausência de surpresas com o Relatório
de Inflação do Banco Central patrocinava uma sessão sem
tendência definida. No documento, a autoridade monetária
reduziu a previsão de inflação a 5 por cento em 2010, de 5,4
por cento, e a 4,6 por cento em 2011, de 5 por cento, dentro do
cenário de referência. [ID:nN30131430]
Em entrevista coletiva, o diretor de Política Econômica do
BC, Carlos Hamilton Araújo, reiterou que há muitas incertezas
no mercado externo, apesar do risco de um repasse do aumento
recente das commodities para a inflação. [ID:nN30287447]
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, afirmou à Reuters que a possível adoção de mais
estímulos monetários pelos Estados Unidos pioraria o fluxo de
capital para economias emergentes. [ID:nN30130264]
Veja como estavam os principais mercados às 12h23 desta
quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,695 real, em baixa de 0,59 por cento
frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa tinha queda de 0,2 por cento, para 69.088
pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,1 bilhões de
reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 0,43 por
cento, a 34.598 pontos.
JUROS
Os contratos de DI exibiam baixa, com o DI janeiro de 2012
em 11,46 por cento ao ano ante 11,49 por cento no ajuste
anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3591 dólar,
ante 1,3628 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía para 138,438 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,550 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 8 pontos, para 207 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 12 pontos, a 277 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones regredia 0,45 por cento, a 10.786
pontos, o S&P 500 cedia 0,37 por cento, a 1.140 pontos,
e o Nasdaq tinha declínio de 0,7 por cento, aos 2.359
pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto subia 0,7
dólar, ou 1 por cento, a 78,60 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,5241
por cento ante 2,501 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Aluísio Alves)