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BRF pode ter burlado regras do mercado financeiro dos EUA

Ao menos oito empresas americanas, entre elas escritórios de advocacia e representantes de investidores, ameaçam processar a empresa alimentícia

BRF: investidores vão analisar movimentações da empresa nos EUA (BRF/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2018 às 11h08.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 11h31.

Ao menos oito empresas americanas, entre elas escritórios de advocacia e representantes de investidores, ameaçam processar a BRF nos Estados Unidos. As companhias estão investigando para avaliar se o alto comando da gigante brasileira de alimentos burlou regras do mercado de capitais americano.

Entre os que estudam entrar na Justiça está o Pomerantz, o mesmo escritório que liderou a ação coletiva contra a Petrobrás em Nova York, que em janeiro anunciou acordo de US$ 3 bilhões para encerrar o litígio.

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Em comunicados aos investidores, os advogados afirmam a intenção de iniciar uma ação coletiva contra a BRF em Nova York e convocam os interessados a discutir o caso. A BRF tem American Depositary Receipts (ADRs, recibos que representam ações) listados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). Por isso, também está sujeita as regras do mercado de capitais dos EUA.

"O Pomerantz está investigando queixas em nome dos investidores da BRF", afirma um comunicado do escritório. O texto ressalta que os papéis da empresa brasileira despencaram com a notícia da prisão pela Polícia Federal de Pedro Faria, ex-presidente da companhia, e de acusações de adulteração de resultados de análises laboratoriais. Procurada, a BRF não comentou.

Outro escritório, o Block & Leviton, de Boston, afirma estar investigando se a companhia burlou leis federais do mercado de ações dos EUA e também ressalta a intenção de iniciar uma ação coletiva. Em nota a clientes, o escritório observa que as acusações contra a empresa "causaram prejuízos de milhões de dólares" aos investidores, que podem pedir na Justiça a recuperação do prejuízo.

The Schall Law Firm, de Los Angeles, está apurando se, ao omitir práticas irregulares, a BRF divulgou "comunicados falsos e/ou enganosos" para investidores. Já o escritório Bronstein, Gewirtz & Grossman explica a clientes que a investigação na BRF faz parte da Operação Carne Fraca, que já descobriu mais de 40 casos de pagamento de propina para corromper fiscais e órgãos reguladores.

A Carne Fraca já levou à abertura de uma ação coletiva contra a JBS em Nova York. Empresas do Brasil com ações listadas em Wall Street foram alvo de vários processos nos últimos anos nos EUA.

A Lava Jato motivou ações coletivas contra Petrobrás, Braskem e Eletrobrás. Já a Zelotes fez os investidores processarem a Gerdau.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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