Ibovespa sobe 1,5% e renova recorde acima dos 96 mil pontos
Bolsa paulista encerrou a 96.558,42 pontos após discurso do ministro da Economia em relação à reforma da Previdência
Reuters
Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 18h06.
Última atualização em 23 de janeiro de 2019 às 18h37.
A bolsa paulista retomou o viés positivo nesta quarta-feira e fechou com o Ibovespa em nova máxima recorde, apoiado em perspectivas positivas para a economia brasileira, endossadas por comentários do ministro da Economia à tarde.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,53 por cento, a 96.558,42 pontos, recorde para fechamento e perto da máxima do dia, de 96.575,98 pontos. O giro financeiro somou 14,457 bilhões de reais.
O Ibovespa encerrou em baixa nos últimos dois pregões, acumulando no período declínio de 1 por cento.
Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Guedes afirmou à Bloomberg TV que a maior prioridade é a reforma da Previdência e que mais da metade do déficit fiscal será cortada com a medida.
Ele também disse que as privatizações devem gerar pelo menos 20 bilhões de dólares em 2019.
Guedes participaria de coletiva à imprensa com a delegação brasileira no começo da tarde, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. A entrevista, contudo, foi cancelada na última hora, com representantes do governo citando cansaço de Bolsonaro.
Em paralelo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse em Brasília que a definição da proposta da reforma da Previdência deve ocorrer nas próximas semanas.
"Será importante entender, nos próximos dias, se esta dinâmica melhor dos ativos brasileiros continua a ser fluxo, única e exclusivamente, de alocações de investidores locais ou se já há um maior interesse por parte dos estrangeiros", destacou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos.
"Isso pode ser crucial para a continuidade, ou não, do bom desempenho. Sigo otimista com as perspectivas para o país, mas entendo que não será um processo linear", disse, em nota a clientes.
Números da B3 continuam mostrando entrada de capital externo no segmento Bovespa este ano, com o saldo no ano acumulado até o dia 21 totalizando 1,562 bilhão de reais.
No exterior, Wall Street tinha os principais índices acionários em direções divergentes, em meio a resultados corporativos, preocupações sobre desaceleração econômica, tensões comerciais e paralisação do governo norte-americano.
Destaques
- KROTON subiu 7,33 por cento, após a companhia de educação divulgar previsões para 2019, incluindo alta de 1 a 5 por cento para o Ebitda. Analistas do Itaú BBA consideraram o anúncio positivo, dizendo que o Ebitda esperado é "significativamente" superior às estimativas deles.
- VALE avançou 1,03 por cento, apesar da queda nos preços do minério de ferro na China. Analistas do Santander reiteraram a ação da mineradora como uma de suas preferidas, destacando que a confiança na Vale aumentou e que eles esperam que a empresa registre sólidos resultados operacionais.
- PETROBRAS PN fechou com acréscimo de 1,19 por cento, apesar da queda do petróleo, em sessão com noticiário intenso envolvendo a petrolífera de controle estatal.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,67 por cento, desempenho mais fraco que outras ações de bancos listados no Ibovespa, com BRADESCO PN subindo 1,71 por cento, BANCO DO BRASIL avançando 2,07 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT encerrando em alta de 3,21 por cento.
- CSN subiu 5,41 por cento, tendo como pano de fundo melhora na recomendação das ações pelo BTG Pactual para 'compra', com preço-alvo elevado para 13 reais, em razão de expectativa de alta dos resultados operacionais no ano e preços saudáveis de minério de ferro, entre outros fatores.
- AMBEV caiu 2,05 por cento, segundo dia seguido de baixa, em meio a perspectivas ainda desfavoráveis para o resultado da fabricante de bebidas no quarto trimestre. O BTG reduziu sua estimativa para os volumes no Brasil, para queda de 1,7 por cento na base anual contra alta de 2 por cento prevista anteriormente, segundo relatório na véspera.