Ibovespa registra uma desvalorização de 17% em 2011 (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2011 às 12h17.
São Paulo – Bolsa no vermelho, dólar no azul. O comportamento típico do mercado nos últimos dias dava as caras mais uma vez nas primeiras horas de negócios. O Ibovespa registrava uma desvalorização de 0,7%, aos 56.679 pontos. Já no início da tarde, o principal índice da bolsa ganhava o terreno positivo e alcançava ganhos de 0,4%, aos 57.329 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial continuava sua escalada e valia 1,79 real, operando em alta de 1,2%. Analistas chegam a projetar a moeda a 1,90 real nas próximas três semanas, repetindo o patamar de maio de 2010. A aversão ao risco se intensificou ainda mais após a agência de classificação de risco Standard and Poor's reduzir o rating da Itália de "A+" para "A", mantendo sua perspectiva negativa.
O mercado de juros futuros deixou claro hoje que duvida do sucesso da estratégia do Banco Central, que em uma decisão surpreendente cortou o juro em 0,5 ponto percentual. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 teve alta de 0,53% até meados de setembro, depois de avançar 0,27% em agosto. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2013 subia 3 pontos-base, para 10,67 por cento, às 10:32 enquanto a taxa de janeiro de 2017 avançava 6 pontos, para 11,58%.
Nos EUA, o BC americano pode revelar um novo plano amanhã para estimular a economia do país e, em decorrência disso, dar uma animada nas bolsas em todo o mundo. A expectativa é grande porque o presidente do Fed, Ben Bernanke, já disse que está pronto para usar e que possui as ferramentas necessárias para oferecer um estímulo adicional. A reunião do comitê de política monetária, que normalmente tem um dia, foi estendida em mais um justamente para debater um plano. O juro deve ser mantido no intervalo entre 0 e 0,25% ao ano.
JBS
As ações ordinárias do JBS (JBSS3) registravam perdas de 0,9%, negociadas a 4,16 reais, na mínima do dia. O frigorífico comunicou nesta terça-feira que as operações no Paraguai serão destinadas apenas para o mercado interno, em decorrência de um foco de febre aftosa e da decisão do governo local de suspender temporariamente as exportações de carne bovina.
As exportações realizadas a partir do Paraguai serão atendidas pelas unidades da empresa instaladas em outros países, sem que haja interrupção no fornecimento aos clientes. A JBS tem duas unidades de abate e desossa de carne bovina no Paraguai e as vendas do país representam menos de 1% do faturamento global da companhia. As ações do JBS registram uma desvalorização de 41% em 2011.
Minerva
O frigorífico Minerva também não escapa de uma desvalorização nesta terça-feira. Na mínima do dia, as ações ordinárias (BEEF3) caíam 1,3%, cotadas a 5,44 reais. A empresa suspendeu as operações no abatedouro que possui no Paraguai. O motivo foi a detecção de um foco de febre aftosa no país.
Em comunicado ao mercado, o Minerva afirma que a planta permanecerá fechada até que situação seja normalizada no Paraguai. A unidade do Minerva fica em Assunção e tem capacidade para abater 700 cabeças de gado por dia. A maior planta da companhia fica no Brasil, em Palmeiras de Goiás. Ali, o Minerva é capaz de abater 2.000 cabeças por dia.
O Paraguai representa, hoje, 5% do faturamento total do Minerva, segundo o comunicado. No ano passado, a receita líquida da companhia foi de 3,41 bilhões de reais - um incremento de 31% sobre 2009.