Estruturas e redução de custos na Ancord são discutidos
Corretoras devem se reunir hoje na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras para discutir formas de redução de custos e unificação de estruturas
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 14h11.
São Paulo - As corretoras independentes devem se reunir hoje na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord) para discutir formas de redução de custos e unificação de estruturas. O projeto poderá contar com o apoio da BM&FBovespa , que participará da reunião e estaria disposta a participar, como forma de evitar uma redução no setor de corretoras que possa prejudicar o mercado acionário.
O projeto inicial seria unir várias corretoras em uma única estrutura como forma de reduzir os gastos com infraestrutura e tecnologia. As discussões sobre uma fusão de instituições, porém, perderam força nos últimos meses depois que a Receita Federal passou a cobrar das instituições multas milionárias por conta dos ganhos com a absorção da Bovespa pela BM&F. Além disso, muitas corretoras antigas ainda carregam passivos elevados envolvendo agentes autônomos que trabalharam por décadas nas instituições e que hoje pedem o reconhecimento de direitos trabalhistas como funcionários contratados.
A grande dificuldade, porém, ainda é fazer com que os atuais donos das corretoras abram mão do controle das empresas, mesmo que hoje a maioria esteja operando no prejuízo. Para muitos, a empresa faz parte da família há gerações e é difícil se desfazer do negócio.
A saída mais provável deve ser incentivar a especialização dos serviços, com o uso do sistema de operação por cota e ordem. Nesse sistema, uma corretora buscaria os clientes e usaria a estrutura de outra para fazer a operação e liquidá-la na BM&FBovespa.
Dessa forma, haveria uma estrutura única de tecnologia a ser compartilhada por várias corretoras, que se encarregariam de atender individualmente os clientes e dividiriam os ganhos de corretagem com a executora.
O sistema já é usado por algumas corretoras, como a Souza Barros e a Magliano, que usam a CGD para liquidar as operações. Mas ainda há vários problemas operacionais e mesmo institucionais que dificultam esse processo e que precisam ser resolvidos pela bolsa.
O primeiro é que, oficialmente, não há essa figura da corretora que apenas atende os clientes por conta e ordem, e elas acabam ficando de fora do controle de qualidade da bolsa. Ao mesmo tempo, essas corretoras não contam com os mesmos serviços de outras que fazem todas as operações. Elas são chamadas participantes de execução, enquanto as corretoras que liquidam as operações são chamadas de participantes de execução plena. Mas não há, por exemplo, um programa de qualidade operacional (PQO) específico para elas.
O mesmo ocorre com as que quiserem operar apenas como executoras. “Seria importante a bolsa ter um PQO para essas corretoras que vão prestar serviços de execução para outras corretoras, pois não temos condições de auditar essas instituições com a bolsa tem”, diz um diretor de uma corretora que pediu para não ter seu nome citado. Para ele, a regulação do mercado e da própria bolsa foi ultrapassada pela realidade encontrada pelas corretoras independentes para sobreviver.
O quadro de dificuldades para as corretoras de valores em geral incentiva a discussão. Já a disposição da bolsa em participar mostra uma mudança importante no relacionamento com as corretoras. “A bolsa não vem prestando um bom serviço par as corretoras, piorou muito nos últimos anos”, diz um executivo do setor. As áreas de retaguarda e pós trade ficaram paradas por muito tempo, apesar do crescimento do mercado de aluguel de ações. E houve ainda os problemas com as mudanças de regras de aluguéis de ações da OGX.
A BM&FBovespa havia se comprometido em criar uma empresa para prestar serviços de tecnologia para as corretoras, mas o projeto não decolou.
A expectativa das corretoras é que hoje a BM&FBovespa apresente soluções para facilitar o desenvolvimento do sistema de conta e ordem e para o atendimento às corretoras.
Há casos como o do mercado de termo que ainda exige que a corretora abra quem é seu cliente para a outra que presta o serviço de liquidação. Além disso, as corretoras que operam por conta e ordem não podem ter acesso ao fundo de investimentos da Bovespa para fazer ajustes das garantias dos investidores.
São Paulo - As corretoras independentes devem se reunir hoje na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord) para discutir formas de redução de custos e unificação de estruturas. O projeto poderá contar com o apoio da BM&FBovespa , que participará da reunião e estaria disposta a participar, como forma de evitar uma redução no setor de corretoras que possa prejudicar o mercado acionário.
O projeto inicial seria unir várias corretoras em uma única estrutura como forma de reduzir os gastos com infraestrutura e tecnologia. As discussões sobre uma fusão de instituições, porém, perderam força nos últimos meses depois que a Receita Federal passou a cobrar das instituições multas milionárias por conta dos ganhos com a absorção da Bovespa pela BM&F. Além disso, muitas corretoras antigas ainda carregam passivos elevados envolvendo agentes autônomos que trabalharam por décadas nas instituições e que hoje pedem o reconhecimento de direitos trabalhistas como funcionários contratados.
A grande dificuldade, porém, ainda é fazer com que os atuais donos das corretoras abram mão do controle das empresas, mesmo que hoje a maioria esteja operando no prejuízo. Para muitos, a empresa faz parte da família há gerações e é difícil se desfazer do negócio.
A saída mais provável deve ser incentivar a especialização dos serviços, com o uso do sistema de operação por cota e ordem. Nesse sistema, uma corretora buscaria os clientes e usaria a estrutura de outra para fazer a operação e liquidá-la na BM&FBovespa.
Dessa forma, haveria uma estrutura única de tecnologia a ser compartilhada por várias corretoras, que se encarregariam de atender individualmente os clientes e dividiriam os ganhos de corretagem com a executora.
O sistema já é usado por algumas corretoras, como a Souza Barros e a Magliano, que usam a CGD para liquidar as operações. Mas ainda há vários problemas operacionais e mesmo institucionais que dificultam esse processo e que precisam ser resolvidos pela bolsa.
O primeiro é que, oficialmente, não há essa figura da corretora que apenas atende os clientes por conta e ordem, e elas acabam ficando de fora do controle de qualidade da bolsa. Ao mesmo tempo, essas corretoras não contam com os mesmos serviços de outras que fazem todas as operações. Elas são chamadas participantes de execução, enquanto as corretoras que liquidam as operações são chamadas de participantes de execução plena. Mas não há, por exemplo, um programa de qualidade operacional (PQO) específico para elas.
O mesmo ocorre com as que quiserem operar apenas como executoras. “Seria importante a bolsa ter um PQO para essas corretoras que vão prestar serviços de execução para outras corretoras, pois não temos condições de auditar essas instituições com a bolsa tem”, diz um diretor de uma corretora que pediu para não ter seu nome citado. Para ele, a regulação do mercado e da própria bolsa foi ultrapassada pela realidade encontrada pelas corretoras independentes para sobreviver.
O quadro de dificuldades para as corretoras de valores em geral incentiva a discussão. Já a disposição da bolsa em participar mostra uma mudança importante no relacionamento com as corretoras. “A bolsa não vem prestando um bom serviço par as corretoras, piorou muito nos últimos anos”, diz um executivo do setor. As áreas de retaguarda e pós trade ficaram paradas por muito tempo, apesar do crescimento do mercado de aluguel de ações. E houve ainda os problemas com as mudanças de regras de aluguéis de ações da OGX.
A BM&FBovespa havia se comprometido em criar uma empresa para prestar serviços de tecnologia para as corretoras, mas o projeto não decolou.
A expectativa das corretoras é que hoje a BM&FBovespa apresente soluções para facilitar o desenvolvimento do sistema de conta e ordem e para o atendimento às corretoras.
Há casos como o do mercado de termo que ainda exige que a corretora abra quem é seu cliente para a outra que presta o serviço de liquidação. Além disso, as corretoras que operam por conta e ordem não podem ter acesso ao fundo de investimentos da Bovespa para fazer ajustes das garantias dos investidores.