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Em meio a perdas, investidores de dívida fogem de Dilma

O segundo mandato pode trazer retornos ainda piores devido ao aumento da preocupação de que o Brasil possa perder seu rating de grau de investimento

Dilma: a presidente ampliou gastos públicos e o controle do governo sobre as empresas estatais, desencorajando o investimento (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 14h01.

São Paulo - Uma economia estagnada e inflação ascendente, que quase custaram à presidente Dilma Rousseff sua tentativa de reeleição ontem, não têm agradado nada os detentores de bônus do Brasil.

O país teve desempenho pior que de outros países em desenvolvimento tanto quando se compara rendimentos de títulos de dívida em mercados de dívida local quanto externo durante os quatro primeiros anos de Dilma.

Seu segundo mandato pode trazer retornos ainda piores devido ao aumento da preocupação de que o Brasil possa perder seu rating de grau de investimento após a Standard Poor’s ter reduzido a nota soberana para um degrau acima do grau especulativo, em março.

A Quantitas Gestão de Recursos, uma boutique de investimentos com sede em Porto Alegre que gerencia R$ 15 bilhões (US$ 6,1 bilhões), estimou na semana passada que há 50 por cento de chance de que o Brasil tenha sua nota reduzida para o grau especulativo no segundo mandato de Dilma.

“Infelizmente, isso é muito negativo para o Brasil”, disse Bianca Taylor, analista e estrategista de títulos soberanos em Boston da Loomis Sayles, que gerencia US$ 223 bilhões em ativos, incluindo bonds brasileiros, em entrevista por telefone, ontem à noite.

Taylor espera uma “reação negativa natural” nos mercados de bonds nesta semana. “Ela não gerenciou o país de uma boa maneira até aqui”.

Dilma ampliou gastos públicos e o controle do governo sobre as empresas estatais, desencorajando o investimento e ajudando a levar a economia a uma “estagflação”.

O produto interno bruto do país encolheu no primeiro semestre do ano, enquanto a inflação anual subiu para 6,75 por cento em setembro, acima do limite superior da meta fixada pelo governo.

Queda do real

Os bonds em dólar do Brasil deram um retorno médio de 8,7 por cento neste ano, menor do que a média de 10,1 por cento de avanço dos países em desenvolvimento com grau de investimento, mostram índices do JPMorgan Chase Co.

Nos primeiros três anos de Dilma na presidência, as notas brasileiras registraram um ganho anual médio de 5,04 por cento, ficando atrás do retorno de 5,6 por cento de pares classificados de forma similar.

Com rendimento (ou yield) médio de 4,79 por cento, os bonds em dólar do Brasil renderam 0,45 ponto porcentual mais do que os títulos de outros países em desenvolvimento com grau de investimento. É a maior diferença desde que Dilma ocupou o lugar de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2011.

Ela derrotou ontem o candidato de oposição, Aécio Neves, ao conseguir 51,6 por cento dos votos contra 48,4 por cento dele, na eleição presidencial brasileira mais disputada dos últimos 69 anos.

Os investidores no mercado local de dívida do Brasil têm vislumbrado um resultado ainda pior. A queda do real fez com que eles registrassem prejuízo de 9 por cento em termos comparativos iguais nos últimos quatro anos, o pior desempenho entre as principais moedas depois do rand sul-africano e do iene japonês, mostram dados compilados pela Bloomberg.

O real perdeu 33,4 por cento de seu valor em relação ao dólar desde que Dilma assumiu.

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São Paulo - Uma economia estagnada e inflação ascendente, que quase custaram à presidente Dilma Rousseff sua tentativa de reeleição ontem, não têm agradado nada os detentores de bônus do Brasil.

O país teve desempenho pior que de outros países em desenvolvimento tanto quando se compara rendimentos de títulos de dívida em mercados de dívida local quanto externo durante os quatro primeiros anos de Dilma.

Seu segundo mandato pode trazer retornos ainda piores devido ao aumento da preocupação de que o Brasil possa perder seu rating de grau de investimento após a Standard Poor’s ter reduzido a nota soberana para um degrau acima do grau especulativo, em março.

A Quantitas Gestão de Recursos, uma boutique de investimentos com sede em Porto Alegre que gerencia R$ 15 bilhões (US$ 6,1 bilhões), estimou na semana passada que há 50 por cento de chance de que o Brasil tenha sua nota reduzida para o grau especulativo no segundo mandato de Dilma.

“Infelizmente, isso é muito negativo para o Brasil”, disse Bianca Taylor, analista e estrategista de títulos soberanos em Boston da Loomis Sayles, que gerencia US$ 223 bilhões em ativos, incluindo bonds brasileiros, em entrevista por telefone, ontem à noite.

Taylor espera uma “reação negativa natural” nos mercados de bonds nesta semana. “Ela não gerenciou o país de uma boa maneira até aqui”.

Dilma ampliou gastos públicos e o controle do governo sobre as empresas estatais, desencorajando o investimento e ajudando a levar a economia a uma “estagflação”.

O produto interno bruto do país encolheu no primeiro semestre do ano, enquanto a inflação anual subiu para 6,75 por cento em setembro, acima do limite superior da meta fixada pelo governo.

Queda do real

Os bonds em dólar do Brasil deram um retorno médio de 8,7 por cento neste ano, menor do que a média de 10,1 por cento de avanço dos países em desenvolvimento com grau de investimento, mostram índices do JPMorgan Chase Co.

Nos primeiros três anos de Dilma na presidência, as notas brasileiras registraram um ganho anual médio de 5,04 por cento, ficando atrás do retorno de 5,6 por cento de pares classificados de forma similar.

Com rendimento (ou yield) médio de 4,79 por cento, os bonds em dólar do Brasil renderam 0,45 ponto porcentual mais do que os títulos de outros países em desenvolvimento com grau de investimento. É a maior diferença desde que Dilma ocupou o lugar de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2011.

Ela derrotou ontem o candidato de oposição, Aécio Neves, ao conseguir 51,6 por cento dos votos contra 48,4 por cento dele, na eleição presidencial brasileira mais disputada dos últimos 69 anos.

Os investidores no mercado local de dívida do Brasil têm vislumbrado um resultado ainda pior. A queda do real fez com que eles registrassem prejuízo de 9 por cento em termos comparativos iguais nos últimos quatro anos, o pior desempenho entre as principais moedas depois do rand sul-africano e do iene japonês, mostram dados compilados pela Bloomberg.

O real perdeu 33,4 por cento de seu valor em relação ao dólar desde que Dilma assumiu.

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