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Dólar sobe ante real após Trump fracassar em votação sobre saúde

A derrota do presidente americano aumentou as preocupações dos investidores de que Trump terá dificuldades para cumprir outras promessas de campanha

Dólares; notas de dólar (iStock/Thinkstock)

Dólares; notas de dólar (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2017 às 10h36.

Última atualização em 27 de março de 2017 às 10h36.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira com a derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na votação de um projeto de lei para revisar o sistema de saúde provocando aversão ao risco e pressionando as moedas emergentes.

Às 10:20, o dólar avançava 0,68 por cento, a 3,1294 reais na venda, depois de fechar a sexta-feira a 3,1083 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,45 por cento.

"A derrota de Trump traz imprevisibilidade ao mercado", disse o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, destacando que as divisas mais ligadas às commodities são as que mais sofrem.

Após o cancelamento na sexta-feira da votação do plano de saúde, aumentaram as preocupações dos investidores de que Trump terá dificuldades para cumprir outras promessas de campanha, em particular sobre gastos e cortes de impostos.

Nesta sessão, o dólar caía contra uma cesta de moedas, mas avançava ante a maioria das divisas de países emergentes, como os pesos chileno, mexicano e o rand sul-africano.

"A agenda carregada nesta semana também traz um pouco de cautela aos investidores", acrescentou Faganello ao citar, por exemplo, o anúncio do contingenciamento do orçamento da União deste ano e de aumento de impostos previsto para terça-feira.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que entre as opções está o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, porém descartou IOF de câmbio, uma das preocupações dos investidores nos últimos dias.

"Essa informação, juntamente com a de que alguns países retomaram as importações de carne do Brasil, poderia trazer alívio ao dólar, mas na abertura houve pressão compradora, com investidores aproveitando os níveis de preço", acrescentou um operador de câmbio de uma corretora nacional.

Nos últimos dias, China, Egito e Chile anunciaram a reabertura de seus mercados à importação de carne brasileira, o que pode aliviar os impactos sobre a balança comercial do país.

O Banco Central realiza nesta segunda-feira mais um leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura dólares-- para rolagem do vencimento de abril. Serão ofertados 10 mil contratos.

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