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Dólar fecha estável após leilão do BC e fala de Bernanke

O Banco Central brasileiro enxugou o fluxo cambial positivo da manhã via leilão de compra depois do meio-dia, recolocando o dólar à vista no terreno positivo

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2012 às 18h11.

São Paulo - O dólar à vista no balcão fechou estável nesta quarta-feira, a R$ 1,8830, após sofrer pressão para os dois lados. Enquanto o Banco Central brasileiro enxugou o fluxo cambial positivo da manhã via leilão de compra depois do meio-dia e recolocou o dólar à vista no terreno positivo, nos Estados Unidos declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, tiraram força da moeda norte-americana.

No começo da tarde, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed anunciou que irá manter a taxa de juros dos Estados Unidos, atualmente entre 0,00% e 0,25%, "excepcionalmente baixa pelo menos até o fim de 2014", repetindo a promessa feita na reunião de janeiro de 2012. Além disso, o comunicado não deu sinais de uma terceira rodada de compra de ativos, conhecida como QE3, ajudando a fortalecer momentaneamente o dólar.

Logo em seguida, porém, Ben Bernanke, em entrevista, reiterou que uma terceira rodada de relaxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) não está fora da mesa de negociação e que o Fed está preparado para agir, se a economia precisar de novas medidas de estímulo. A reação negativa foi imediata no segmento de moedas e o dólar abandonou o sinal positivo lá fora, puxando junto o mercado local.

Às 16h08, o dólar no balcão caiu 0,05%, a R$ 1,8820, após registrar a máxima às 15h09, de R$ 1,8870 (+0,21%). Em Nova York, às 16h20, o dólar recuava para 81,28 ienes, ante 81,43 ienes antes das declarações de Bernanke e fechamento ontem em 81,32 ienes; já o euro avançava para US$ 1,3221, de US$ 1,3194 antes de Bernanke e US$ 1,3198 ontem.

Pela manhã, antes do leilão do BC, a moeda norte-americana à vista no balcão havia oscilado entre a mínima de R$ 1,8770 (-0,32%) e a máxima de R$ 1,8810 (-0,11%), em sintonia com a leve desvalorização no exterior e pressionada por ingressos de recursos no mercado local. Segundo operadores, houve novamente entrada de recursos de exportação e pela via financeira, já que vários investidores estrangeiros estão participando dos ofertas de ações da Fibria, que girou R$ 1,4 bilhão; BTG pactual, que captou R$ 3,6 bilhões na oferta pública inicial; e da Unicasa, com expectativas de que a oferta supere R$ 730 milhões. Na BM&F, o dólar spot encerrou com alta de 0,34%, a R$ 1,8845.

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