Dólar cede 0,77% e fecha a R$3,18 seguindo exterior
A moeda foi influenciada pela expectativa de ingresso de recursos no país por conta da repatriação de ativos de brasileiros no exterior
Luísa Granato
Publicado em 18 de outubro de 2016 às 17h21.
Última atualização em 18 de outubro de 2016 às 17h58.
São Paulo - O dólar teve queda firme ante o real nesta terça-feira e terminou na casa de 3,18 reais, influenciado pelo movimento da moeda no exterior e expectativa de ingresso de recursos no país por conta da repatriação de ativos de brasileiros no exterior.
O dólar recuou 0,77 por cento, a 3,1830 reais na venda. O dólar futuro cedia 0,6 por cento à tarde.
"O dólar acompanhou de perto o mercado externo", comentou o sócio-diretor da gestora Jive Asset Management, Leonardo Monoli, ao justificar o comportamento do dólar, que chegou a recuar 1,02 por cento na mínima da sessão, a 3,1747 reais.
O dólar recuava mais de 1 por cento ante o peso mexicano e o rand sul-africano nesta tarde.
"O giro foi um pouco melhor nesta sessão, mas ainda baixo, o que significa que qualquer operação influencia mais as cotações. O ambiente de Brasil está melhor, então isso potencializou a queda aqui", emendou.
A moeda norte-americana iniciou a sessão em queda e assim permaneceu, acompanhando a busca por risco no exterior.
A trajetória da moeda norte-americana ante o real também foi favorecida pela proximidade do prazo final para a repatriação de recursos não declarados no exterior, em 31 de outubro, já que o projeto que alterava as regras saiu da pauta da Câmara dos Deputados.
"A decisão de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, de arquivar o projeto que modificaria a lei de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior deve provocar considerável aumento da adesão de contribuintes nessa reta final do programa, o que, em termos práticos, poderá influenciar na valorização do real diante do dólar", explicou a corretora Renascença em relatório a clientes.
A leitura do mercado é de que muitos dos investidores que estavam aguardando uma definição sobre o prazo para decidir quando iriam aderir à repatriação agora têm que correr, já que a janela termina no fim deste mês.
"Temos uma janela, em tese, desta semana e da próxima para internalizar recursos", reforçou o economista da corretora BGC Liquidez Alfredo Barbutti, acrescentando que isso não significa que o dólar se manterá sempre em queda.
"Há dias que o mercado passa por correção, com investidores aproveitando preços, sobretudo quando a moeda cede abaixo de 3,20 reais", comentou.
O mercado doméstico de câmbio também aguarda o resultado na quarta-feira da reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ), que deve cortar a taxa Selic.
Os investidores têm avaliado que, ao dar o primeiro passo para reduzir a taxa básica do Brasil, o Banco Central atestará as condições melhores do país e isso poderá atrair recursos estrangeiros e fazer o dólar ceder ainda mais ante o real.
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de dólares.