Dívida ligada à inflação pode superar papéis da Selic em 2012
Desde agosto de 2010, os títulos prefixados representam o maior estoque da dívida pública
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2011 às 16h45.
Brasília - O governo traçou como meta fazer com que o estoque da dívida pública atrelada à inflação supere, já no ano que vem, o total de papéis com rendimento pela taxa básica de juros, a Selic .
De maneira cautelosa e sem trazer riscos de financiamento, o Tesouro Nacional está empenhado em reduzir a exposição da dívida pública às flutuações da Selic, como parte de um conjunto de medidas adotadas pelo governo para facilitar a administração da política monetária e o financiamento público.
Desde agosto de 2010, os títulos prefixados representam o maior estoque da dívida pública. A estratégia do governo é elevar ainda mais a participação desses papéis prefixados, que em novembro representavam 35,99 por cento, para entre 40 por cento e 50 por cento nos próximos anos.
Os papéis atrelados à inflação representam 28,2 por cento do total da dívida, participação já muito próxima da que o governo considera como "cenário ótimo": entre 30 por cento e 35 por cento.
No ano que vem, a estratégia de reduzir ainda mais a exposição da dívida à Selic ganhará força por meio de dois instrumentos: primeiro, com a operação que retirará 61,4 bilhões de reais em LFTs, que rendem a taxa básica de juros, das mãos de fundos de investimento de estatais .
O segundo mecanismo será o vencimento de um grande volume de LFTs ao longo do ano. São, no total, pouco mais de 71 bilhões de reais.
Apesar desse montante elevado, o Tesouro tem se esforçado para não fazer uma mera operação de "troca" de títulos, o que causaria distorções no mercado. O objetivo é evitar que essa redução de papéis "selicados" na dívida cause pressões desnecessárias. A diretriz é que essa transição ocorra de forma harmoniosa com a demanda e a liquidez do mercado.
De acordo com uma fonte da equipe econômica, o fato de os papéis atrelados à inflação terem também uma parte prefixada torna esse gerenciamento mais previsível. Além disso, parte das receitas da União é ligada à inflação, o que também facilita a administração da dívida.
"A ideia é, sim, superar", disse a fonte, ao ser questionada sobre a meta de aumentar a participação de títulos remunerados pela inflação na dívida pública no ano que vem. Ela afirmou que este é um movimento gradual, mas que o objetivo pode ser alcançado já em 2012. "Mas não necessariamente", afirmou a fonte, lembrando as diretrizes repassadas aos administradores da dívida.
Os percentuais mínimos e máximos de participação de cada tipo de título no estoque da dívida pública federal em 2012 serão divulgados no final do mês que vem, quando o governo anunciar o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública.
Brasília - O governo traçou como meta fazer com que o estoque da dívida pública atrelada à inflação supere, já no ano que vem, o total de papéis com rendimento pela taxa básica de juros, a Selic .
De maneira cautelosa e sem trazer riscos de financiamento, o Tesouro Nacional está empenhado em reduzir a exposição da dívida pública às flutuações da Selic, como parte de um conjunto de medidas adotadas pelo governo para facilitar a administração da política monetária e o financiamento público.
Desde agosto de 2010, os títulos prefixados representam o maior estoque da dívida pública. A estratégia do governo é elevar ainda mais a participação desses papéis prefixados, que em novembro representavam 35,99 por cento, para entre 40 por cento e 50 por cento nos próximos anos.
Os papéis atrelados à inflação representam 28,2 por cento do total da dívida, participação já muito próxima da que o governo considera como "cenário ótimo": entre 30 por cento e 35 por cento.
No ano que vem, a estratégia de reduzir ainda mais a exposição da dívida à Selic ganhará força por meio de dois instrumentos: primeiro, com a operação que retirará 61,4 bilhões de reais em LFTs, que rendem a taxa básica de juros, das mãos de fundos de investimento de estatais .
O segundo mecanismo será o vencimento de um grande volume de LFTs ao longo do ano. São, no total, pouco mais de 71 bilhões de reais.
Apesar desse montante elevado, o Tesouro tem se esforçado para não fazer uma mera operação de "troca" de títulos, o que causaria distorções no mercado. O objetivo é evitar que essa redução de papéis "selicados" na dívida cause pressões desnecessárias. A diretriz é que essa transição ocorra de forma harmoniosa com a demanda e a liquidez do mercado.
De acordo com uma fonte da equipe econômica, o fato de os papéis atrelados à inflação terem também uma parte prefixada torna esse gerenciamento mais previsível. Além disso, parte das receitas da União é ligada à inflação, o que também facilita a administração da dívida.
"A ideia é, sim, superar", disse a fonte, ao ser questionada sobre a meta de aumentar a participação de títulos remunerados pela inflação na dívida pública no ano que vem. Ela afirmou que este é um movimento gradual, mas que o objetivo pode ser alcançado já em 2012. "Mas não necessariamente", afirmou a fonte, lembrando as diretrizes repassadas aos administradores da dívida.
Os percentuais mínimos e máximos de participação de cada tipo de título no estoque da dívida pública federal em 2012 serão divulgados no final do mês que vem, quando o governo anunciar o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública.