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Capitalização pode render até R$ 1,65 bi a saneamento, diz Sabesp

O presidente da companhia não detalhou, porém, como esses recursos seriam utilizados

Sabesp: embora tenha acesso a financiamento de baixo custo, a companhia não tem intenção de elevar o estoque da dívida (foto/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 14h47.

Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 14h54.

São Paulo - A eventual capitalização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) poderia render até R$ 1,65 bilhão para a área de saneamento, com recursos majoritariamente destinados à Sabesp , afirmou o presidente da companhia, Jerson Kelman, após participação do 15º Fórum Latino-Americano Brasileiro de Liderança Estratégica em Infraestrutura.

Considerando R$ 22 bilhões como o valor de mercado da Sabesp, Kelman estima um capital de R$ 11 bilhões para a holding criada com a reorganização societária da companhia, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na semana passada. Desse montante, o governo do Estado pode vender até R$ 5,5 bilhões, dada a sua participação acionária de 50,3%.

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Como 30% dos recursos captados com a venda de participação devem ser destinados à área de saneamento, Kelman afirmou que a Sabesp pode receber, no limite, R$ 1,65 bilhão com a eventual capitalização. Ele não detalhou, porém, como esses recursos seriam utilizados.

Durante sua fala no evento, o presidente da Sabesp explicou a opção pela capitalização. Embora tenha acesso a financiamento de baixo custo, a companhia não tem intenção de elevar o estoque da dívida.

"Temos bom crédito na praça, os bancos multilaterais nos oferecem crédito, mas não queremos dar passo maior que a perna. Queremos continuar equilibrando equity com financiamento sem aumentar demais o estoque da dívida", afirmou.

Além disso, como o Estado de São Paulo detém 50,3% das ações da Sabesp, aumentar o capital significaria que o governo teria de colocar dinheiro na estatal. "Nessa situação do País, não é sensato imaginar que um governo que tem tantas obrigações com segurança, mobilidade urbana, saúde e educação fosse colocar mais recursos na área de saneamento".

Uma privatização também foi destacada. De acordo com ele, se houvesse privatização, todos os contratos com municípios perderiam valor. Um efeito secundário seria a perda do acesso ao financiamento com juros baixos disponível a estatais.

De todo modo, Kelman reiterou que, ainda que a ideia de capitalização não vá para frente, a companhia manterá seus aportes. O plano da Sabesp para o período 2017-2020 prevê R$ 2,7 bilhões de investimentos, em média, por ano, mesmo sem a capitalização.

Kelman foi ao evento no lugar de Mário Engler, que havia sido escalado para apresentar a proposta de ampliação da participação privada da Sabesp a investidores, empresas e representantes do setor público.

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