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CÂMBIO-Expectativa de juro maior abranda alta do dólar ante real

Por José de Castro SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - O dólar fechou em alta pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira, reagindo à maior aversão a risco no exterior em meio à crise na Irlanda e a tensões geopolíticas entre as Coreias. No entanto, o movimento foi abrandado por crescentes perspectivas de que o […]

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2010 às 15h56.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - O dólar fechou em
alta pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira,
reagindo à maior aversão a risco no exterior em meio à crise na
Irlanda e a tensões geopolíticas entre as Coreias.

No entanto, o movimento foi abrandado por crescentes
perspectivas de que o Banco Central será levado a subir o juro
no próximo ano, o que deixaria ainda mais atrativo a
rentabilidade de investimentos no Brasil.

A moeda norte-americana avançou 0,29 por cento, a
1,735 real na venda. Anta uma cesta de divisas , o dólar
subia 1,1 por cento, favorecido pela queda de 1,7 por cento do
euro .

"O mercado está mesmo estressado com os problemas na
Irlanda, ainda mais porque os problemas podem se espalhar a
outras economias. E ainda tem a briga entre as Coreias.", disse
João Medeiros, gerente de câmbio da Pioneer Corretora.

As principais bolsas de valores globais e commodities
tinham mais um dia de perdas, com investidores temendo que o
plano de ajuda à Irlanda definido pela União Europeia (UE) e
Fundo Monetário Internacional (FMI) não seja suficiente para
sanear os problemas bancários do país.

Tensões entre a Coreia do Norte e a do Sul também
reforçavam a aversão a risco. Pyongyang atacou uma ilha
sul-coreana com dezenas de projéteis, na pior investida em
décadas [ID:nB650575].

Medeiros destacou, contudo, que o mercado de câmbio captou
com menos intensidade o ambiente arisco do exterior em meio à
expectativa de que os juros no Brasil subam no ano que vem,
tornando as aplicações domésticas ainda mais rentáveis.

"A provável saída do (presidente do Banco Central,
Henrique) Meirelles está na mira do mercado, e está se criando
um quadro que fomenta aumento de juros no ano que vem", disse.

A Selic está atualmente em 10,75 por cento, e o mercado tem
aumentado as projeções de inflação nas últimas semanas, segundo
o relatório Focus, em meio a uma série de índices de preços
indicando aceleração inflacionária.

Para o gerente de câmbio de um banco paulista, que pediu
anonimato, o mercado de câmbio doméstico ficará atento também
aos desdobramentos em torno da formação da equipe econômica de
Dilma Rousseff, com investidores na expectativa quanto à
postura do governo em relação ao câmbio.

"O (ministro da Fazenda, Guido) Mantega continuará no
cargo, mas se o Meirelles realmente sair vamos ter que aguardar
para ver como o governo vai 'afinar' o discurso do BC e da
Fazenda. Até lá, o mercado ainda vai mostrar cautela",
afirmou.

A presidente eleita Dilma Rousseff deve anunciar sua equipe
econômica até quinta-feira, antes de viajar para a cúpula da
Unasul com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Edição de Aluísio Alves)

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