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CÂMBIO-Dólar recua após leilão de bônus em Portugal

Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 12 de janeiro (Reuters) - A maior confiança em ativos de risco abriu caminho para a queda do dólar nesta quarta-feira, diante da alta consistente das commodities e das ações no mercado internacional. A moeda norte-americana caiu 0,59 por cento, a 1,677 real. Enquanto o mercado brasileiro fechava, o dólar […]

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 15h33.

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 12 de janeiro (Reuters) - A maior confiança em
ativos de risco abriu caminho para a queda do dólar nesta
quarta-feira, diante da alta consistente das commodities e das
ações no mercado internacional.

A moeda norte-americana caiu 0,59 por cento, a 1,677
real. Enquanto o mercado brasileiro fechava, o dólar caía 0,97
por cento em relação a uma cesta com as principais moedas
, com o euro acima de 1,30 dólar.

O índice Reuters-Jefferies de commodities , que
influencia a taxa de câmbio brasileira devido ao peso das
matérias-primas na balança comercial, atingiu o maior patamar
em 27 meses, com alta de 1,3 por cento.

O bom humor era atribuído ao resultado do leilão de títulos
públicos em Portugal. A forte demanda pelos papéis amenizou por
ora a pressão para que o país peça ajuda financeira da União
Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a exemplo do
que Grécia e Irlanda fizeram no ano passado.

Internamente, apesar da expectativa de que o governo possa
adotar novas medidas contra a valorização do real, a pressão
inflacionária que uma alta brusca do dólar causaria diminui a
probabilidade de uma ação muito contundente, avaliam
profissionais de mercado, o que favoreceu a queda do dólar.

"O pessoal estava um pouco receoso de ficar com posição
vendida em virtude do compulsório. Mas eles (investidores)
estão vendo que o governo está nessa sinuca de que, se subir o
dólar, vai atrapalhar a inflação também", disse o operador de
câmbio de uma corretora em São Paulo.

Nesta quarta, a divulgação de que as vendas no varejo
subiram mais que o esperado em novembro (1,1 por cento) deram
mais certeza sobre o grau de aquecimento da economia e a
necessidade de um aumento dos juros na próxima semana --algo
que ainda torna mais atrativo o ingresso de capitais.

O mercado ainda se vê às voltas com um forte ingresso de
recursos ao país nos últimos dias --ainda que parte tenha sido
absorvida pelo Banco Central em leilões. Na primeira semana do
mês, conforme dados do BC, a entrada líquida de capitais
superou 4 bilhões de dólares. [ID:nN12197404]

Parte do forte ingresso de capital se direcionou à bolsa de
valores, que registrou compras líquidas de quase 2 bilhões de
reais na primeira semana do mês. [ID:nN11116645]

Outra parcela, de acordo com o operador de um banco dealer,
que preferiu não ser identificado, pode ter tido relação com o
ajuste nas taxas de cupom cambial após o anúncio, na
quinta-feira, de um depósito compulsório sobre as posições
vendidas dos bancos. [ID:nN06115555] Ele ponderou, no entanto,
que "teve muita volatilidade nessa taxa nos dias antes e depois
das medidas", dificultando a análise.

(Edição de Nathália Ferreira)

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Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 12 de janeiro (Reuters) - A maior confiança em
ativos de risco abriu caminho para a queda do dólar nesta
quarta-feira, diante da alta consistente das commodities e das
ações no mercado internacional.

A moeda norte-americana caiu 0,59 por cento, a 1,677
real. Enquanto o mercado brasileiro fechava, o dólar caía 0,97
por cento em relação a uma cesta com as principais moedas
, com o euro acima de 1,30 dólar.

O índice Reuters-Jefferies de commodities , que
influencia a taxa de câmbio brasileira devido ao peso das
matérias-primas na balança comercial, atingiu o maior patamar
em 27 meses, com alta de 1,3 por cento.

O bom humor era atribuído ao resultado do leilão de títulos
públicos em Portugal. A forte demanda pelos papéis amenizou por
ora a pressão para que o país peça ajuda financeira da União
Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a exemplo do
que Grécia e Irlanda fizeram no ano passado.

Internamente, apesar da expectativa de que o governo possa
adotar novas medidas contra a valorização do real, a pressão
inflacionária que uma alta brusca do dólar causaria diminui a
probabilidade de uma ação muito contundente, avaliam
profissionais de mercado, o que favoreceu a queda do dólar.

"O pessoal estava um pouco receoso de ficar com posição
vendida em virtude do compulsório. Mas eles (investidores)
estão vendo que o governo está nessa sinuca de que, se subir o
dólar, vai atrapalhar a inflação também", disse o operador de
câmbio de uma corretora em São Paulo.

Nesta quarta, a divulgação de que as vendas no varejo
subiram mais que o esperado em novembro (1,1 por cento) deram
mais certeza sobre o grau de aquecimento da economia e a
necessidade de um aumento dos juros na próxima semana --algo
que ainda torna mais atrativo o ingresso de capitais.

O mercado ainda se vê às voltas com um forte ingresso de
recursos ao país nos últimos dias --ainda que parte tenha sido
absorvida pelo Banco Central em leilões. Na primeira semana do
mês, conforme dados do BC, a entrada líquida de capitais
superou 4 bilhões de dólares. [ID:nN12197404]

Parte do forte ingresso de capital se direcionou à bolsa de
valores, que registrou compras líquidas de quase 2 bilhões de
reais na primeira semana do mês. [ID:nN11116645]

Outra parcela, de acordo com o operador de um banco dealer,
que preferiu não ser identificado, pode ter tido relação com o
ajuste nas taxas de cupom cambial após o anúncio, na
quinta-feira, de um depósito compulsório sobre as posições
vendidas dos bancos. [ID:nN06115555] Ele ponderou, no entanto,
que "teve muita volatilidade nessa taxa nos dias antes e depois
das medidas", dificultando a análise.

(Edição de Nathália Ferreira)

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